Mercados

Dólar reverte trajetória e cai para R$4,03 com cena eleitoral

Às 13:47, o dólar recuava 0,90 por cento, a 4,0350 reais na venda. Na máxima, a moeda foi a 4,0958 reais

NOTAS DE DÓLAR: em uma disputa entre Haddad e Bolsonaro no segundo turno, o mercado favorece a candidatura do PSL (WEB/Reprodução)

NOTAS DE DÓLAR: em uma disputa entre Haddad e Bolsonaro no segundo turno, o mercado favorece a candidatura do PSL (WEB/Reprodução)

R

Reuters

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 14h21.

Última atualização em 21 de setembro de 2018 às 14h28.

São Paulo - O dólar voltou a operar em baixa nesta sexta-feira e era negociado na casa dos 4,03 reais, com os investidores desmontando apostas na alta da moeda norte-americana, após divulgação de nova pesquisa eleitoral que foi percebida como positiva por agentes do mercado.

O cenário externo também era acompanhado pelos investidores, com o alívio na alta do dólar ante divisas emergentes neste começo de tarde favorecendo a trajetória doméstica.

Às 13:47, o dólar recuava 0,90 por cento, a 4,0350 reais na venda. Na máxima, a moeda foi a 4,0958 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 1 por cento.

"Na ausência de notícias ruins no exterior, está prevalecendo o cenário eleitoral", argumentou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Levantamento semanal da XP Corretora/Ipespe sobre as intenções de votos à Presidência da República mostrou que Jair Bolsonaro (PSL) segue na liderança, com 28 por cento das intenções de votos, ante 26 por cento na pesquisa anterior, enquanto Fernando Haddad (PT) está na segunda colocação, com 16 por cento (ante 11 por cento). Ciro Gomes (PDT), que na pesquisa anterior tinha 12 pontos, oscilou para 11 pontos.

Em uma eventual disputa em segundo turno com o candidato petista, Bolsonaro aparece com 41 por cento, um ponto a mais do que no levantamento anterior, enquanto Haddad se manteve com 38 por cento. Além disso, o levantamento mostrou que a rejeição de Haddad é de 60 por cento, maior do que a de Bolsonaro, de 57 por cento.

Em uma disputa entre Haddad e Bolsonaro no segundo turno, o mercado favorece a candidatura do PSL.

"Pesquisa XP deu uma animada, principalmente em relação ao segundo turno", comentou a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, acrescentando que não há espaço para a moeda cair muito mais, pois atrai compradores.

"Ainda é tudo muito incerto... De todo o modo, acho que a governabilidade do país será complicada no próximo governo, seja quem for eleito", complementou Miriam.

Na próxima semana, novas pesquisas são aguardadas, entre elas a do Ibope na segunda-feira.

No exterior, o dólar subia ante a cesta de moedas, em dia de destaque para o recuo da libra, depois que líderes da União Europeia alertaram a primeira-ministra britânica, Theresa May, que estão prontos para um não-acordo Brexit se ela não fazer concessões em comércio e sobre a fronteira britânica com a Irlanda.

Em pronunciamento, May declarou que é melhor ficar sem acordo do que fazer acordo ruim com UE sobre Brexit e que o Reino Unido vive "impasse" nas negociações.

No começo da tarde, o dólar operava misto ante as divisas emergentes, em queda ante os pesos chileno e argentino e alta ante o rublo e o peso mexicano.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sexta-feira 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Até esta sexta-feira, inclusive, o BC já rolou 7,63 bilhões de dólares em swaps cambiais do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDólarEleições 2018

Mais de Mercados

Dividendos bilionários da Petrobras, pacote fiscal e cenário externo: assuntos que movem o mercado

Ação da Netfix tem potencial de subir até 13% com eventos ao vivo, diz BofA

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal