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Dólar renova máximas ante o real

Na terça-feira, 30, a moeda norte-americana fechou no maior nível desde março de 2009, a R$ 2,2810 (+0,53%), sem que houvesse intervenção do Banco Central

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2013 às 10h14.

São Paulo - O dólar à vista no balcão renovou as máximas ante o real após a divulgação da leitura preliminar do PIB do segundo trimestre e os números de criação de emprego privado do relatório ADP dos Estados Unidos, que vieram melhores do que o esperado.

O dólar futuro para agosto e setembro também acentuaram ganhos. O dólar também aumentava o movimento de alta ante as moedas ligadas a commodities.

Às 9h32, o dólar à vista no balcão subia 0,79%, a R$ 2,2990, após bater a máxima de R$ 2,3020 (+0,92%), tendo atingido a mínima de R$ 2,2850 (+0,18%). O dólar futuro para agosto subia 0,50%, R$ 2,296 e o dólar para setembro avançava 0,52%, a R$ 2,311.

A economia dos EUA cresceu 1,7% no segundo trimestre, bem acima da expectativa de alta de 0,9%. Já o setor privado dos EUA criou 200 mil empregos em julho, acima da previsão de analistas de criação de 183 mil novas vagas. A leitura de junho foi revisada para criação de 198 mil empregos, ante 188 mil anteriormente.

A cautela antes da reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) dá o tom dos negócios no mercado de câmbio, a exemplo do movimento observado nesta quarta-feira, 31, ante a maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities.

Na terça-feira, 30, a moeda norte-americana fechou no maior nível desde março de 2009, a R$ 2,2810 (+0,53%), sem que houvesse intervenção do Banco Central, uma vez que havia disputa pela definição da Ptax, e a dúvida é se a autoridade monetária manterá o sangue frio e deixará o dólar avançar mais.

"O BC não costuma entrar, mas já entrou com leilão. Se o dólar se aproximar de R$ 2,30, é possível que ele atue", avalia o gerente de câmbio da Correparti Corretora, João Paulo de Gracia Corrêa.

O fechamento da Ptax de fim de mês sai a partir das 13 horas. Segundo Côrrea, o tom é de busca por "proteção" na sessão de hoje e os dados dos Estados Unidos que começam a sair daqui a pouco podem exercer pressão sobre a moeda americana.


O comunicado da reunião do Fed sairá às 15 horas e desta vez não haverá entrevista coletiva com o presidente Ben Bernanke, o que esvazia a expectativa de novidades. Mas o mercado aguarda por sinalizações sobre o timing de início de redução do programa de compras de bônus, o chamado QE3, que hoje representa um montante mensal de US$ 85 bilhões.

Além do Fed, as atenções estão na primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, já com mudanças no cálculo, que sai às 9h30. A estimativa é de expansão de 0,9%, o que representa uma desaceleração do crescimento de 1,8% do primeiro trimestre.

No mesmo horário, saem dados de emprego privado nos Estados Unidos do relatório ADP, considerado um termômetro para o payroll, que engloba ainda emprego público e será divulgado na sexta-feira.

Na Zona do euro, o número de desempregados nos 17 países do bloco caiu para 19,27 milhões em junho, de 19,29 milhões em maio, a primeira queda desde abril de 2011, enquanto a taxa de desemprego se manteve no nível recorde de 12,1% pelo quarto mês consecutivo.

Às 9h38, o euro caía a US$ 1,3223, de US$ 1,3262 no fim da tarde de terça-feira, 30. O dólar subia a 98,39 ienes, de 98,05 ienes no fim da tarde de terça-feira, 30.

O dólar subia ante a maioria das moedas ligadas a commodities: dólar canadense (+0,19%); dólar australiano (+1,17%); peso chileno (+0,31%); rupia indiana (-0,19%); peso mexicano (+0,80%); dólar neozelandês (+0,66%); rublo russo (+0,29); lira turca (+0,91%); rand sul-africano (+1,19%); coroa norueguesa (+0,45%).

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