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BC intervém e dólar cai após ultrapassar R$ 4,40 pela 1ª vez na história

Comentários recentes do governo colaboraram para alta da moeda norte-americana, de acordo com analistas

Câmbio: De acordo com ministro Paulo Guedes, dólar alto é o "novo normal" (Gary Cameron/Reuters)

Câmbio: De acordo com ministro Paulo Guedes, dólar alto é o "novo normal" (Gary Cameron/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 09h29.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2020 às 14h51.

São Paulo - Depois de abrir em mais um dia de alta e bater na marca dos 4,40 reais pela primeira vez na história, o dólar reverteu sua trajetória e operava em queda nesta sexta-feira, após intervenção do Banco Central (BC).

Após tocar 4,407 reais na máxima, o dólar recuava 0,26% por volta das 14h45, negociado a 4,382 na venda. A queda ocorreu após o Banco Central vender todos os 13 mil contratos de swap cambial ofertados em leilão de rolagem nesta sexta. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em queda de 0,9%, a 113.523,71 pontos.

No mercado, a sensação é de que os investidores estão "testando a paciência" do Banco Central para ver a partir de que ponto ele irá começar a intervir no câmbio de forma mais incisiva.

"Como não dá mais para ganhar com juros, o mercado local está entrando no mercado de câmbio para ver até quando vai a alta. Hoje, o dólar está caindo lá fora, o que evidencia esse ponto", afirmou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Recentemente, autoridades monetárias deram declarações no sentido de estar "tranquilo" com a alta do dólar. O ministro da economia, Paulo Guedes, também disse por diversas vezes que o real mais desvalorizado é o "novo normal". Para Vieira, esse tipo de declaração contribui para a alta do dólar. Quanto menos as autoridades falarem sobre dólar melhor, mas como estão falando bastante a impressão que estão passando é de isso não tem problema", disse.

Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, acredita que  a valorização do dólar possa estar relacionada a uma estratégia do governo para tentar beneficiar a indústria, já que a apreciação da moeda americana favorece as exportações. Mas segundo ele, isso pode ter consequências inflacionárias. “O dólar alto pressiona o IGP-M, por exemplo”, disse.

Na véspera, o dólar à vista encerrou na máxima recorde para fechamento de 4,3916, após alta de 0,59%.

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