Mercados

Dólar recua em sintonia com exterior e fala de Tombini

Ao classificar as intervenções do BC no câmbio como "bem-sucedidas", Tombini reforçou a queda vista desde cedo


	Dólar: moeda à vista fechou em baixa de 0,86% no balcão, a R$ 2,20
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Dólar: moeda à vista fechou em baixa de 0,86% no balcão, a R$ 2,20 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 17h16.

São Paulo - Após duas sessões de ganhos, o dólar à vista negociado no balcão caiu ante o real nesta segunda-feira, 23, em sintonia com o exterior e influenciado por comentários do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Ao classificar as intervenções do BC no câmbio como "bem-sucedidas", Tombini reforçou a queda vista desde cedo, após a divulgação de dados positivos de atividade na China. O giro no mercado à vista também foi maior do que no pregão anterior, com profissionais citando entrada de recursos no País.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,86% no balcão, a R$ 2,20. Na quarta-feira passada, 18, quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciou a manutenção do programa de estímulos à economia, o dólar terminou abaixo de R$ 2,20 e nos dias seguintes teve correções em alta.

"Na quinta e na sexta-feira (da semana passada), houve ajustes técnicos, porque o dólar havia caído muito na quarta-feira, dia da decisão do Fed. Mas hoje a moeda retomou sua tendência de queda", comentou Waldir Kiel, economista da corretora H. Commcor DTVM. "O cenário mudou de uma forma benigna e os leilões do Banco Central continuam", acrescentou, justificando a baixa para o dólar.

Desde cedo, a moeda dos EUA se desvalorizou, acompanhando o movimento ante outras divisas de países ligados a commodities. O resultado preliminar do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria chinesa, medido pelo HSBC, mostrou avanço de 50,1 em agosto para 51,2 em setembro - o nível mais alto em seis meses. Acima de 50, o dado indica expansão em relação ao mês anterior e, abaixo disso, contração.

A leitura mais forte sobre a atividade chinesa favoreceu a busca por moedas de países exportadores de commodities, como o real brasileiro, em detrimento do dólar. Internamente, a venda de 10 mil contratos de swap cambial (equivalente à venda de moeda no mercado futuro) injetou US$ 497,4 milhões no sistema, o que contribuiu para o movimento.

Os comentários de Tombini em teleconferência com jornalistas estrangeiros foram no mesmo sentido. Segundo ele, os esforços do BC para reduzir a volatilidade cambial tiveram êxito. "O Brasil tem uma estratégia clara para reduzir riscos, desde operações monetárias a financeiras e cambiais, que funcionaram para mitigar riscos durante períodos de estresse nos últimos meses", disse Tombini. "Acredito que fomos bem-sucedidos e estamos preparados para lidar com mais volatilidade adiante."

Na máxima da sessão, às 9h51, a moeda marcou R$ 2,2120 (-0,32%) e, na mínima, às 16h16, sob efeitos dos comentários do Tombini, no início da tarde, marcou R$ 2,1970 (-0,99%). Perto do fechamento, a moeda no balcão retomou os R$ 2,20. Às 16h46, o dólar para outubro tinha baixa de 0,52%, a R$ 2,2035.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarDólar comercialMoedas

Mais de Mercados

Muita emoção na Bolsa? As ações de “convicção” do UBS para navegar na volatilidade

Ações de Netflix e Disney caem após China anunciar redução na importação de filmes dos EUA

Insider trading? Senadores pedem investigação de Trump após pausa em tarifas

Apesar de trégua, tarifas de Trump terão 'impacto sério' na economia global, diz UBS