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Dólar avança com investidores adotando cautela antes do Carnaval

Às 12:19, o dólar avançava 0,94 por cento, a 3,7884 reais na venda, após fechar com alta de 0,6 por cento, a 3,7531 reais, na véspera

Câmbio: dólar subia ante o real nesta sexta-feira (Robert Alexander/Getty Images)

Câmbio: dólar subia ante o real nesta sexta-feira (Robert Alexander/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 1 de março de 2019 às 09h17.

Última atualização em 1 de março de 2019 às 12h47.

São Paulo - O dólar subia ante o real nesta sexta-feira, com investidores adotando posições de cautela pela cena política interna e com o cenário externo antes do Carnaval.

Às 12:19, o dólar avançava 0,94 por cento, a 3,7884 reais na venda, após fechar com alta de 0,6 por cento, a 3,7531 reais, na véspera. Em fevereiro, a divisa norte-americana acumulou alta de 2,58 por cento ante o real.

O dólar futuro avançava cerca de 0,9 por cento.

Investidores estão adotando cautela nesta sexta-feira pré-feriado de Carnaval, com o mercado fechado na segunda e na terça-feiras. O mercado deve ter liquidez reduzida já nesta sexta-feira, o que levanta possibilidade de alguma volatilidade, segundo operadores.

Durante a manhã, o dólar chegou a bater 1 por cento de alta ante o real, refletindo as expectativas em torno principalmente da reforma da Previdência, e acompanhando dados dos Estados Unidos que mostraram que a inflação permaneceu benigna em dezembro.

"Acho que o mercado vai trabalhar nesta sexta-feira com fluxos pontuais e com alguma liquidez reduzida. Se tiver alguma entrada num valor relevante, pode pesar, e se tiver uma saída, pode puxar também", afirmou o gerente de câmbio da Tullett Prebon, Ítalo Abucater.

No cenário interno, agentes financeiros observam possíveis desdobramentos ligados à Previdência. A expectativa é que a matéria comece a avançar de fato na semana após Carnaval, com a instalação de comissões especiais.

Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro admitiu a possibilidade de rever alguns pontos da reforma, entre eles a idade mínima para as mulheres, além de possíveis concessões no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

"Que existe 'gordura para queimar' não é segredo nem novidade, mas incomodou aos analistas a antecipação da postura de negociação mesmo antes da CCJ da PEC, o que indicaria relativa fraqueza do governo na tarefa de entregar uma reforma dura e efetiva", avaliou a corretora H.Commcor em nota.

Ao longo da semana, lideranças partidárias sinalizaram que a mudança no BPC prevista na proposta do governo seria um dos entraves que dificultaria o avanço do texto.

"O cenário continua bem delicado, as declarações recentes mostram que estão batendo cabeça sobre idade mínima, que ainda não há um consenso", avaliou Abucater, acrescentando que essa etapa precisa ser superada para que se possa começar a pensar nos votos necessários para aprovar a matéria.

Do panorama internacional, o mercado observa noticiário sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, após o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar desistir de acordo se ele não for bom o bastante.

Entretanto, ainda na quinta-feira, o assessor econômico da Casa Branca Larry Kudlow disse à CNBC que o progresso na semana passada "foi fantástico", acrescentando que os países estão caminhando em direção a um acordo memorável e histórico.

Ainda nos EUA, dados divulgados pelo Departamento do Comércio dos EUA mostrou que a inflação permaneceu benigna em dezembro, uma vez que o índice PCE excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia subiu 0,2 por cento, repetindo ganho semelhante de novembro.

O Banco Central vendeu 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim, rolou 725 milhões de dólares dos 12,321 bilhões que vencem em abril.

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