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Dólar recua ante real de olho em Fed e formação de Ptax

Às 10:15, a moeda americana recuava 0,88 por cento, a 3,1518 reais na venda, depois de acumular elevação de 1,26 por cento nos dois últimos pregões

Dólar: dia no mercado local pode mostrar algum vaivém por conta da formação da taxa Ptax de final de mês (Dado Ruvic/Reuters)

Dólar: dia no mercado local pode mostrar algum vaivém por conta da formação da taxa Ptax de final de mês (Dado Ruvic/Reuters)

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Reuters

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 10h26.

São Paulo - O dólar recuava ante o real nesta quarta-feira, após acumular alta de mais de 1 por cento nos dois pregões anteriores, com os investidores à espera do encontro de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, e sinais sobre como os juros na maior economia do mundo serão gerenciados daqui para frente.

O dia no mercado local, porém, pode mostrar algum vaivém por conta da formação da taxa Ptax de final de mês.

Às 10:15, o dólar recuava 0,88 por cento, a 3,1518 reais na venda, depois de acumular elevação de 1,26 por cento nos dois últimos pregões. O dólar futuro cedia cerca de 1 por cento.

"A perspectiva é de manutenção dos juros (nos Estados Unidos), até mesmo pelo caráter transitório da autoridade monetária neste momento", trouxe a gestora Infinity Asset em relatório.

O Fed divulgará seu comunicado às 17:00 (horário de Brasília), última reunião de Janet Yellen como chair. Ela será substituída por Jerome Powell, que compartilha a visão dela de que manter a taxa de juros em trajetória lenta de alta permitirá que o desemprego caia mais.

O banco centeal deve manter a taxa de juros nesta tarde e sinalizar aperto gradual da política monetária neste ano uma vez que a economia dos Estados Unidos continua expandindo e os ganhos de trabalho permanecem sólidos.

Os investidores vão focar na avaliação sobre a inflação, que permanece abaixo da meta de 2 por cento, nos riscos que o Fed vê ao seu cenário econômico e em qualquer avaliação sobre o impacto da reforma tributária da administração do presidente do país, Donald Trump, sobre o crescimento.

No exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e caminhava para a maior queda mensal em quase dois anos, depois que o primeiro discurso do Estado da União de Trump falhou em confortar os investidores que apostam na alta da divisa norte-americana.

O dólar também receuava ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Internamente, a formação da Ptax --taxa usada na liquidação de diversos contratos cambiais-- de final de mês pode trazer alguma pressão.

Os investidores também seguiam atentos ao noticiário em torno das negociações do governo do presidente Michel Temer para garantir apoio para aprovar a reforma da Previdência, cuja votação na Câmara dos Deputados está marcada 19 de fevereiro.

O governo ainda não reúne os 308 votos necessários para aprovar o texto.

Para fevereiro, os investidores também vão ficar à espera da atuação do Banco Central, uma vez que em março vencem 6,154 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares.

"Acredito que o BC pode deixar vencer parte desse total, caso o dólar permaneça nesses níveis", avaliou o tesoureiro de um grande banco estrangeiro.

O estoque total de swap cambial tradicional é de 23,796 bilhões de dólares.

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