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Dólar recua 1,34% com dados do emprego nos EUA

O dólar, após terminar a sessão da quinta-feira no maior nível desde 22 de agosto, registrou forte queda de 1,34% nesta sexta, para R$ 2,3650


	Dólar: o payroll acabou ofuscando todos os outros fatores e determinando uma queda generalizada da divisa norte-americana
 (Susana Gonzalez)

Dólar: o payroll acabou ofuscando todos os outros fatores e determinando uma queda generalizada da divisa norte-americana (Susana Gonzalez)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 16h02.

São Paulo - Em um dia que tinha tudo para registrar uma alta robusta do dólar, após os dados sobre a geração de vagas no setor privado dos EUA ontem e o IPCA muito acima do esperado na manhã desta sexta-feira, 10, o payroll acabou ofuscando todos os outros fatores e determinando uma queda generalizada da divisa norte-americana.

O dólar, após terminar a sessão da quinta-feira no maior nível desde 22 de agosto, registrou forte queda de 1,34% nesta sexta, para R$ 2,3650. Por volta das 16h30, o giro estava em torno de US$ 1,12 bilhão, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa. No mercado futuro, o dólar para fevereiro recuava 1,10%, a R$ 2,3785. O volume de negociação estava próximo de R$ 14,22 bilhões.

O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou nesta sexta-feira que foram criadas apenas 74 mil vagas no país em dezembro, muito abaixo das 200 mil esperadas pelos analistas ouvidos pela Dow Jones.

Os números de outubro e novembro, juntos, foram revisados para cima em um total de 38 mil, levando o ganho médio mensal dos últimos três meses a 171.667. Enquanto isso, a taxa de desemprego caiu para 6,7% em dezembro, de 7,0% em novembro, se aproximando do gatilho de 6,5% estabelecido pelo Federal Reserve para a interrupção das compras mensais de bônus.

Entretanto, a queda do desemprego não é necessariamente um bom sinal. Os dados do governo mostram que a taxa de participação na força de trabalho dos EUA ficou em 62,8%, mesmo nível de outubro e a mais baixa desde 1978.

A taxa é calculada pela soma do número de pessoas empregadas com o número de desempregados, dividida pelo número de pessoas em idade de trabalhar. Ela reflete não só o envelhecimento da população como número de pessoas que desistiram de procurar emprego.

Nesse cenário, cresceram as incertezas sobre os próximos passos do Fed. Apesar do payroll fraco sugerir moderação na redução dos estímulos, o presidente da regional de Richmond, Jeffrey Lacker, disse que espera o anúncio de um novo corte de US$ 10 bilhões nas compras mensais de bônus na reunião da próxima semana. Para ele, os dados isolados de um mês não devem influenciar as decisões de política monetária.


No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje que a inflação medida pelo IPCA ficou em 5,91% em 2013, ante 5,84%, acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de 5,88%.

Em dezembro, o índice subiu 0,92% ante novembro, também acima de todas as previsões. Essa variação é a maior alta mensal desde abril de 2003 e o maior ganho para meses de dezembro desde 2002.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o IPCA no ano passado mostrou resistência "ligeiramente acima daquela que se antecipava", em função especialmente da depreciação cambial e custos originados no mercado de trabalho. Mesmo assim, ele ressaltou que o ritmo de alta nos preços ficou dentro da meta.

O secretário-executivo e ministro interino da Fazenda, Dyogo Oliveira, tentou mostrar otimismo. "Do ponto de vista da comparação anual, a diferença é na segunda casa decimal. Então, tivemos um índice praticamente estável em relação a 2012, o que demonstra que a inflação está sob controle e não há nenhum risco de descontrole", avaliou.

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