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Dólar pode cair 20% em 2021 com avanço de vacinas, diz Citigroup

A vacina da Moderna mostrou eficácia em um ensaio clínico, o que pesou sobre a demanda por ativos vistos como porto seguro

Dólar: índice dólar da Bloomberg acumula queda de cerca de 11% em relação ao pico de março (Ricardo Moraes/Reuters)

Dólar: índice dólar da Bloomberg acumula queda de cerca de 11% em relação ao pico de março (Ricardo Moraes/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 16 de novembro de 2020 às 14h55.

Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 09h27.

O dólar deve iniciar uma queda de até 20% em 2021 caso as vacinas contra a Covid-19 sejam amplamente distribuídas e ajudem a retomar o comércio global e o crescimento econômico, segundo o Citigroup.

“Acreditamos que a distribuição de vacinas marcará todas nossas indicações de mercado baixista, permitindo que o dólar siga um caminho semelhante ao que experimentou desde o início até meados dos anos 2000”, quando a moeda entrou em uma trajetória descendente de vários anos, disseram estrategistas do Citigroup como Calvin Tse em relatório na segunda-feira.

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O índice dólar da Bloomberg, que acumula queda de cerca de 11% em relação ao pico de março, sofreu maior pressão na segunda-feira após a notícia de que a vacina contra a Covid-19 da Moderna mostrou eficácia em um ensaio clínico, o que pesou sobre a demanda por ativos vistos como porto seguro como o dólar, o iene e os títulos do Tesouro dos EUA.

Estrategistas argumentam há meses que a eleição dos EUA, as descobertas de vacinas e a política do Federal Reserve podem causar um forte impacto na moeda americana. A eleição não foi, em última análise, o catalisador para uma queda significativa, mas o Citigroup diz que o cenário macroeconômico será um grande fator para o desempenho do dólar no futuro.

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(BTG Pactual Digital/Divulgação)

Expectativa de rotação

O banco espera que, além do impacto das descobertas de vacinas, o dólar seja afetado pela postura dovish, ou inclinada ao afrouxamento monetário, do Fed enquanto a economia global se normaliza. Além disso, a economia mundial deve crescer em ritmo mais rápido e investidores tendem a trocar ativos dos EUA pelos internacionais.

E “se a curva de juros dos EUA se inclinar com o aumento das expectativas de inflação, isso incentivará investidores” a fazerem hedge da exposição cambial, disseram. “Dada essa configuração, há potencial para que as perdas do dólar sejam antecipadas”, e a moeda cairia em espiral mais cedo.

O Citigroup é mais pessimista do que o consenso de estrategistas cuja previsão é de que um indicador da moeda se desvalorize cerca de 3% até o final do próximo ano. O índice dólar da Bloomberg acumula baixa de 1,8% neste mês e caiu em seis dos últimos sete.

A maior queda anual do índice do dólar DXY, da Intercontinental Exchange, foi em 1985, quando caiu 18,5%.

O Citigroup observa que, em 2001, o catalisador que deu início à tendência de queda do dólar ao longo dos anos foi a entrada da China na Organização Mundial do Comércio. Isso “estimulou uma onda de globalização, empurrando os volumes do comércio global para cima, deixando para trás a economia fechada dos EUA que tinha um beta muito menor para o crescimento global”.

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“Há muitos motivos para ser otimista”, no desenvolvimento de vacinas, disseram os estrategistas. A distribuição “irá catalisar a próxima etapa de baixa na tendência de baixa estrutural do dólar dos EUA que esperamos”.

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