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Dólar passa a subir ante real com preocupações domésticas

Moeda norte-americana descolou-se dos mercados externos, onde perdia força em meio a expectativas de que o Federal Reserve comece a elevar os juros já em junho


	Dólar: às 13h56, a moeda norte-americana subia 0,52 por cento, a 3,1442 reais na venda, após chegar a cair mais de 1 por cento e atingir 3,0764 reais
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Dólar: às 13h56, a moeda norte-americana subia 0,52 por cento, a 3,1442 reais na venda, após chegar a cair mais de 1 por cento e atingir 3,0764 reais (.)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2015 às 14h18.

São Paulo - O dólar anulou a queda e voltou a subir nesta quinta-feira, em meio às persistentes preocupações com a situação política e econômica do Brasil e à incerteza sobre o futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio.

Com isso, a moeda norte-americana descolou-se dos mercados externos, onde perdia força em meio a expectativas menores de que o Federal Reserve comece a elevar os juros já em junho.

Às 13h56, a moeda norte-americana subia 0,52 por cento, a 3,1442 reais na venda, após chegar a cair mais de 1 por cento e atingir 3,0764 reais na mínima da sessão.

"De maneira geral, o dólar está no meio de um processo de mudança de patamar, em uma trajetória de alta firme. Dá para imaginar um alívio pontual, não uma recuperação consistente", explicou o economista-chefe da INVX Global Asset Management, Eduardo Velho.

O movimento contrastava com a queda do dólar nos mercados externos, que refletia a expectativa de que a manutenção de juros mais baixos nos EUA sustente a atratividade de papéis de outros países.

Essa perspectiva ganhou mais força nesta manhã após dados fracos sobre as vendas no varejo norte-americano.

Globalmente, "o dólar está se enfraquecendo hoje enquanto agentes do mercado consideram o risco de que a força recente do dólar desacelere o ritmo das altas de juros (nos EUA)", escreveram os analistas do Scotiabank Eric Theoret e Camilla Sutton em nota a clientes.

"Na ata mais recente (do Fed), a força do dólar foi mencionada; a principal preocupação é com a possibilidade de colocar pressão temporária para baixo sobre a inflação", acrescentaram.

Mas investidores continuavam apreensivos no mercado brasileiro, em meio a temores de que a resistência política à presidente Dilma Rousseff dificulte ainda mais o ajuste fiscal.

Dúvidas sobre o futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcado para durar até pelo menos o fim deste mês, também sustentavam as preocupações.

"A 'rainha volatilidade' continua reinando", afirmou o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.

BC Na véspera, a incerteza sobre a atuação do BC ganhou mais corpo após o Tesouro aceitar, em leilão de troca de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-Bs, títulos corrigidos pela inflação oficial), ofertas de Notas do Tesouro Nacional - Série A3 (papéis indexados à variação cambial).

A operação ajudou a elevar o dólar na sessão passada, uma vez que os investidores que detinham esses papéis foram ao mercado para cobrir sua exposição.

Além disso, o leilão deu força à percepção de que o governo entende que o dólar ainda deve subir mais.

"Se o governo achar que o dólar pode subir mais, é melhor pagar a variação cambial de agora do que a que pode vir", explicou o operador de papéis de uma corretora nacional.

Essa percepção, por sua vez, reforçou as expectativas de que o BC pode não estender seu programa de intervenções diárias.

"Antes, você tinha o BC segurando o câmbio aos trancos e barrancos. Agora, indicou que vai deixar o dólar ir aonde for necessário pra equilibar a economia", acrescentou.

O BC vendeu a oferta total de swaps cambiais pelo leilão diário desta manhã, colocando o equivalente a 98 milhões de dólares no mercado.

Foram vendidos 1.400 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 600 para 1º de março de 2016.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 32 por cento do lote total, que corresponde a 9,964 bilhões de dólares. (Edição de Camila Moreira)

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