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Dólar passa a cair e vai a R$ 3,08 com Fed e expectativa de fluxo

Às 12:33, o dólar recuava 0,66 por cento, a 3,0803 reais na venda, depois de ter ido a 3,1170 reais na máxima do dia

Dólar: sinalização do Federal Reserve de que deve elevar os juros mais duas vezes neste ano puxou a baixa da moeda (Karen Bleier/AFP)

Dólar: sinalização do Federal Reserve de que deve elevar os juros mais duas vezes neste ano puxou a baixa da moeda (Karen Bleier/AFP)

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Reuters

Publicado em 20 de março de 2017 às 12h49.

São Paulo - O dólar abandonou a alta e caía nesta segunda-feira, para o patamar de 3,08 reais, diante da perspectiva de ingresso de recursos no país em meio à sinalização de que os juros não devem subir além do esperado nos Estados Unidos.

A moeda norte-americana chegou a trabalhar parte do pregão em leve alta, com investidores cautelosos com a possibilidade de exportações menores em decorrência da operação Carne Fraca.

Às 12:33, o dólar recuava 0,66 por cento, a 3,0803 reais na venda, depois de ter ido a 3,1170 reais na máxima do dia. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,40 por cento.

"No início, o nervosismo de alguns agentes se amplificou no giro mais fraco. Quando o volume aumentou, prevaleceu o fundamento, com os investidores olhando o desempenho das moedas no exterior", explicou o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti.

A trajetória de baixa da moeda norte-americana, segundo os profissionais, embasava-se na sinalização do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de que deve elevar os juros mais duas vezes neste ano, como esperado. Juros maiores no país podem atrair capitais aplicados em outras praças, como a brasileira.

Além disso, também tinha a perspectiva de entrada de mais recursos no Brasil depois do leilão de aeroportos feito pelo governo brasileiro na semana passada, que levantou mais de 3,5 bilhões de reais.

No exterior, o dólar cedia ante algumas divisas de países emergentes, como o peso mexicano e exibia leves oscilações ante uma cesta de moedas.

O clima era de cautela depois da decisão do G20 de retirar a promessa para evitar o protecionismo comercial, concordando com o protecionismo cada vez maior dos Estados Unidos.

Os investidores locais, no entanto, estavam bastante atentos ao noticiário sobre a operação Carne Fraca, uma vez que poderá afetar as exportações do produto e impactar a balança comercial brasileira.

"A exportação de carne é relevante na balança comercial e países já embargaram o produto brasileiro", afirmou o operador da mesa de câmbio do banco Ourinvest Bruno Foresti.

Ele referia-se à Coreia do Sul, Chile e China, que barraram temporariamente a importação de carne brasileira, enquanto a Comissão Europeia informou mais cedo que todas as empresas envolvidas no escândalo terão acesso negado ao mercado da União Europeia.

Na sexta-feira, a Polícia Federal lançou a operação para desarticular uma organização criminosa envolvendo fiscais agropecuários federais e cerca de 40 empresas, entre elas as gigantes JBS e BRF, com fraudes na fiscalização sanitária de carnes, escândalo que traz preocupação aos consumidores domésticos e ameaça o status do Brasil como grande exportador.

As exportações de carnes do Brasil (bovina, suína e de frango) subiram de cerca de 2 bilhões de dólares em 2000 para aproximadamente 14 bilhões de dólares no ano passado.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de até 10 mil swaps tradicionais --equivalente à venda futura de dólares --ofertados para rolagem dos contratos de fevereiro. Com isso, reduziu a 8,211 bilhões de dólares o total que vence em abril e que ainda resta para rolar.

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