Mercados

Dólar opera em queda, de olho em impeachment e juros nos EUA

O dólar operava em queda, antes da votação do impeachment e sob expectativas de alta de juros nos Estados Unidos


	Dólar: operadores dão como certa a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Dólar: operadores dão como certa a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2016 às 10h50.

São Paulo - O dólar tinha leve queda frente ao real nesta quarta-feira, com investidores fazendo os ajustes finais em suas carteiras antes da esperada confirmação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas seguia pressionado por expectativas de altas de juros nos Estados Unidos em breve.

Às 10:28, o dólar recuava 0,31 por cento, a 3,2301 reais na venda, após chegar a 3,2214 reais na mínima e 3,2427 reais na máxima do dia. O dólar futuro caía 0,32 por cento nesta manhã.

"Daqui para frente, os preços (nos mercados financeiros) só vão continuar melhorando se houver um ajuste fiscal claro que comece o mais cedo possível. E eu acho que há espaço para melhorar", disse o diretor de gestão de recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello, evitando citar cotações específicas.

"O mercado foi bastante complacente com o governo (do presidente interino Michel Temer) por causa da interinidade, assumindo que ele evitou atritos com o Congresso para não atrapalhar o processo de impeachment, mas isso acaba agora".

A votação final do impeachment está marcada para começar às 11:00 e operadores dão como certa a confirmação do afastamento definitivo de Dilma.

Por isso, a reação imediata nos mercados tende a ser contida, embora Curvello tenha ressaltado que um placar abastado possa contribuir marginalmente para alimentar a demanda por ativos brasileiros.

O estrategista de um banco internacional também vê a possibilidade de um pequeno ajuste após a confirmação, afirmando que muitos investidores que deram como certa a permanência do Reino Unido na zona do euro tiveram suas apostas frustradas e preferiram evitar cometer o mesmo erro no caso do impeachment no Brasil.

A briga pela Ptax de agosto, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais, também deixava as cotações sensíveis a operações pontuais.

Nesse contexto, o mercado brasileiro destoava de seus pares, onde o dólar se fortalecia em relação a diversas moedas emergentes após números fortes sobre o emprego no setor privado norte-americano.

O indicador alimentou expectativas de que o aguardado dado de criação de vagas fora do setor agrícola de sexta-feira também mostre bom desempenho, abrindo espaço para um iminente aumento de juros.

Declarações de autoridades do Federal Reserve vêm fortalecendo as apostas de que o banco central dos EUA deve elevar os juros em breve, possivelmente até no mês que vem. Juros mais altos nos EUA tendem a prejudicar ativos emergentes, que oferecem rendimentos elevados.

O Banco Central brasileiro não fará leilão de swap reverso nesta sessão, mantendo a prática que vem adotando no último pregão de cada mês, mas oferecerá até 3,3 bilhões de dólares com compromisso de recompra pela manhã.

A operação tem como fim rolar contratos já existentes.

*Atualizada às 10h50

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemImpeachmentIndicadores econômicosJurosMercado financeiroMoedasPaíses ricosPIB

Mais de Mercados

Escândalo de suborno nos EUA custa R$ 116 bilhões ao conglomerado Adani

Dividendos bilionários da Petrobras, pacote fiscal e cenário externo: assuntos que movem o mercado

Ação da Netflix tem potencial de subir até 13% com eventos ao vivo, diz BofA

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem