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Dólar mantém alta pós formação de Ptax

Às 13h22, o dólar avançava 0,55%, a 3,7507 reais na venda, depois de ter subido 0,33% na véspera

FED: o banco central dos EUA elevou as taxas em março e junho, e investidores esperam elevações adicionais em setembro e dezembro (Ricardo Moraes/Reuters)

FED: o banco central dos EUA elevou as taxas em março e junho, e investidores esperam elevações adicionais em setembro e dezembro (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 31 de julho de 2018 às 14h03.

São Paulo - O dólar mantinha a trajetória de alta ante o real, longe da máxima da sessão, mas ainda em 3,75 reais, depois de formada a taxa Ptax de final de mês, acompanhando a trajetória da moeda no mercado internacional e de olho na cena política local.

Às 13:22, o dólar avançava 0,55 por cento, a 3,7507 reais na venda, depois de ter subido 0,33 por cento na véspera. Na máxima, a moeda foi a 3,7648 reais. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,80 por cento.

"A expectativa pelo resultado do Fed pode deixar os investidores na defensiva", afirmou o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado, referindo-se à decisão de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano, que ocorre no dia seguinte.

O Fed deve manter as taxas de juros agora, mas o sólido crescimento econômico combinado com inflação em elevação devem mantê-lo no caminho de dois novos aumentos neste ano. O banco central dos EUA elevou as taxas em março e junho, e investidores esperam elevações adicionais em setembro e dezembro.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como a lira turca.

O dólar também subia ante o iene, após o Banco do Japão manter as taxas de juros de curto prazo negativas em 0,1 por cento e orientar os rendimentos dos títulos de 10 anos do governo em torno de zero por cento.

Internamente, a formação da Ptax deste mês influenciou o mercado no período matutino, deixando-o mais técnico. Ela é uma taxa calculada pelo Banco Central e que serve de referência para diversos contratos cambiais, levando os investidores a "brigarem" pelas cotações que são mais interessante a eles, causando mais vaivém no mercado.

O mercado também continuava de olho na cena política local, nessa reta final de negociações sobre apoio para as eleições de outubro.

Pesquisa de intenção de votos divulgada pelo instituto Paraná Pesquisas e que mostrava o candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) à frente do pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, contribuía para ampliar um pouco a alta do dólar ante o real nesta sessão. O tucano é visto pelo mercado como um político mais comprometido com ajustes fiscais.

"Gera desconforto o cenário em que o Ciro pode ir para o segundo turno com Bolsonaro. Mas o mercado sabe que tem muita água para rolar ainda", comentou um operador de derivativos de uma corretora local, justificando que a pesquisa serviu para amplificar a trajetória de alta das cotações.

No cenário em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participa da corrida, Jair Bolsonaro (PSL) segue à frente das intenções de voto, com 23,6 por cento do total, seguido por Marina Silva (Rede), com 14,4 por cento. Ciro tem 10,7 por cento e Alckmin, 7,8 por cento.

O Banco Central indicou na noite passada que pretende rolar todo o volume de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, que vence no início de setembro, mantendo a estratégia adotada nos últimos meses.

A autoridade fará na quarta-feira leilão de até 4,8 mil contratos e, se mantiver essa mesma oferta e vendê-la até o final do mês, terá rolado o equivalente a 5,255 bilhões de dólares.

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