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Dólar mais forte: por que a tese prevalece com novos sinais do Fed

Ata da última reunião do Fed reforça preocupação maior com a inflação e algum desejo de tapering, o processo de redução de estímulos, mais intenso

Jerome Powell: presidente do Federal Reserve | Foto: Al Drago/The New York Times/Bloomberg (Al Drago/The New York Times/Bloomberg)

Jerome Powell: presidente do Federal Reserve | Foto: Al Drago/The New York Times/Bloomberg (Al Drago/The New York Times/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2021 às 08h54.

A tese do dólar mais valorizado globalmente contra outras moedas, incluindo o real, ganhou força com novos sinais emitidos pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

A divulgação da ata da última reunião do FOMC, o comitê de política monetária do Fed, nesta quarta-feira, dia 24, à tarde mostrou que a avaliação de que a inflação na maior economia do mundo é transitória perdeu força.

"Os membros continuam divididos, algo que já aparece de forma clara nos discursos: parte gostaria de acelerar o ritmo de redução em novembro (hoje em US$ 15 bilhões), mas outros ainda preferem esperar novos dados para a tomada desta decisão (eventualmente em dezembro). Não descartamos essa possibilidade para 15 de dezembro", aponta em relatório o time de Macro Research do BTG Pactual digital, liderado pelo economista Álvaro Frasson.

"O diagnóstico oficial mudou para uma inflação com a 'expectativa' de ser transitória, revelando preocupação maior que  a sinalizada antes. Dessa forma, reforça a precificação do mercado de alta de juros de forma antecipada: não mais na virada do terceiro para o quarto trimestre, mas entre o segundo e o terceiro (em especial junho ou julho)."

Segundo os especialistas do time de Estratégia Macro, "o FOMC continua chamando atenção para a surpresa com a longevidade dos problemas nas cadeias de suprimentos, impactando ainda mais os custos".

Qual o impacto para o mercado?

O relatório aponta dois efeitos principais: (1) alta de juros em meados de 2022 precificadas nas curvas curtas e (2) mudança na assimetria para abertura da curva de juro.

Sobre o primeiro efeito, o relatório do time de Macro Research do BTG Pactual digital analisa: "desde a reunião do FOMC em junho, com a mudança de tom de alguns membros do Fed e alterações das projeções, o mercado pavimentou o cenário da taxa de juro (fed funds rate) subir antes do esperado. Esse movimento ganhou ainda mais força na reunião de setembro e novembro (tapering) – com o mercado apostando em alta já no mês de junho e com possíveis três altas para 2022".

Sobre o segundo impacto, aponta: "ainda vemos um ambiente de diferencial de juro das economias maduras e também emergentes, que promovem um ambiente de sustentação para o dólar global permanecer no patamar mais forte, conforme nossa visão dos últimos 3 meses".

"Em linha com nossa avaliação anterior, 'o anúncio do tapering nos próximos meses terá um efeito mais suave do que aquele de 2013', o que vem se confirmando num mercado acionário resiliente. A assimetria para a parte curta da curva de juros reduziu, com o mercado olhando mais a inclinação da parte intermediária (de 2 anos a 5 anos), bem como a evolução do juro real".

Diante desse quadro, o time de Macro Research aponta que as estratégias globais devem seguir pontos como o fortalecimento do dólar global, enquanto o BCE [Banco Central Europeu] se movimenta de forma mais lenta na
Europa; e a sobrealocação em posições para proteção de inflação, entre outros.

"Seguimos com nosso call de dólar global mais forte", aponta o relatório.

O relatório completo com a análise está disponível no site do BTG Pactual digital. Clique aqui para conhecer.

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