Mercados

Dólar interrompe série negativa ante o real e sobe 1,51%

A alta da moeda norte-americana foi puxada por seu bom desempenho no exterior e pelas incertezas quanto ao futuro do ajuste fiscal


	Dólar: à tarde, a compra de dólares se intensificou, com players se protegendo antes do fim de semana
 (Getty Images)

Dólar: à tarde, a compra de dólares se intensificou, com players se protegendo antes do fim de semana (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2015 às 17h48.

São Paulo - O dólar interrompeu nesta sexta-feira, 19, uma série de três sessões consecutivas de perdas ante o real, influenciado por fatores externos e internos. Além do avanço da moeda americana no exterior, contribuiu para o movimento certo mal-estar com a economia brasileira, em meio à divulgação de dados ruins e às dúvidas sobre o futuro do ajuste fiscal.

O dólar à vista de balcão fechou em alta de 1,51%, aos R$ 3,1010, na máxima do dia. Foi o maior avanço em um único dia desde 26 de maio. Na mínima, vista às 9h33, a moeda marcou R$ 3,0560 (+0,03%). Perto das 16h30, o dólar para julho - o mais líquido e que encerra apenas às 18 horas - tinha alta de 1,24%, aos R$ 3,1115.

Desde cedo, o viés para a moeda americana era de alta, em função do exterior. Como o dólar também havia caído nos últimos três dias no Brasil, muitos investidores também aproveitaram para recompor posições na moeda, usando o exterior como justificativa.

A bateria de dados divulgados no Brasil também não ajudou. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,99% em junho, ante 0,60% em maio e acima das previsões (+0,71% a +0,90%). O índice - uma espécie de prévia do índice oficial de inflação, o IPCA - foi o pior para meses de junho desde 1996.

O IBGE informou ainda que o emprego industrial caiu 0,9% em abril ante março, em mais um sinal de que a atividade não vai bem. Já o Banco central informou que seu índice de atividade, o IBC-Br, cedeu 0,84% em abril ante março, com ajuste, e caiu 3,13% em abril ante o mesmo mês do ano passado. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por sua vez, anunciou o fechamento de 115.599 postos de trabalho em maio.

À tarde, a compra de dólares se intensificou, com players se protegendo antes do fim de semana. Profissionais lembraram que o cenário para o ajuste fiscal segue nebuloso no Brasil e que a votação do projeto de lei sobre desonerações ficou para a semana que vem - apesar de todo o esforço do governo para que fosse votado nesta semana.

Além disso, surgiram novos focos de pressão, como a reportagem de capa da revista IstoÉ, que traz denúncias contra os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado federal Luiz Sérgio.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedasAjuste fiscalReal

Mais de Mercados

B3 reforça estratégia em duplicatas com aquisição de R$ 37 milhões

Sob 'efeito Coelho Diniz', GPA fecha segundo dia seguido entre maiores altas da bolsa

Trump diz que está preparado para disputa judicial pela demissão de Lisa Cook do Fed

Dólar fecha em leve alta de a R$ 5,43 com dados do IPCA-15