Mercados

Dólar inicia negócios registrando queda

O recuo inicial da divisa norte-americana representa um ajuste, uma vez que o patamar atual, acima de R$ 2,00, é considerado forte


	No mercado futuro, às 9h18, o contrato de dólar com vencimento em 1º de maio de 2013 recuava 0,25%, a R$ 2,0275, após começar a sessão a R$ 2,0315
 (Marcos Santos/USP Imagens)

No mercado futuro, às 9h18, o contrato de dólar com vencimento em 1º de maio de 2013 recuava 0,25%, a R$ 2,0275, após começar a sessão a R$ 2,0315 (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 10h04.

São Paulo - O mercado doméstico abriu com o dólar em baixa ante o real, na contramão da valorização generalizada da moeda dos Estados Unidos no exterior.

O recuo inicial da divisa norte-americana representa um ajuste, uma vez que o patamar atual, acima de R$ 2,00, é considerado forte em meio às preocupações dos agentes financeiros com a inflação elevada e o crescimento baixo do País, segundo operadores de câmbio.

O dólar no mercado à vista de balcão começou a sessão a R$ 2,020 (-0,20%). No mercado futuro, às 9h18, o contrato de dólar com vencimento em 1º de maio de 2013 recuava 0,25%, a R$ 2,0275, após começar a sessão a R$ 2,0315 (-0,05%).

Até esse horário, o dólar para maio oscilou de uma mínima de R$ 2,0270 (-0,27%) a uma máxima, de R$ 2,0325 (estável).

Na quarta-feira (03), a moeda norte-americana à vista fechou em alta e acima de R$ 2,00 pela nona sessão consecutiva. Na máxima do dia anterior, o dólar à vista atingiu R$ 2,0280, mesmo nível que acionou o último leilão de swap cambial do Banco Central - equivalente à venda de dólares no mercado futuro, realizado na segunda-feira da semana passada (25/3).

No entanto, as cotações desaceleraram durante a tarde e a autoridade monetária não interveio, demonstrando tolerância com as taxas de câmbio recentes uma vez que refletem a cautela dos agentes financeiros com o quadro de incertezas interno e externo.

Na zona do euro a queda do índice do setor de serviços em março juntamente com uma inflação ao produtor no nível mais baixo em 35 meses em fevereiro confirmam a continuidade da contração econômica do bloco europeu e deprimem o euro.

Na tentativa de estimular a economia, o Banco da Inglaterra (BOE) e o Banco Central Europeu anunciaram nesta quinta-feira a manutenção de suas respectivas taxas básicas de juros, em 0,50% e 0,75% ao ano. O BOE também manteve inalterado o seu programa de compra de ativos em 375 bilhões de libras.


Há grande expectativa agora pela entrevista à imprensa do presidente da instituição, Mario Draghi, às 9h30. No Japão, o iene também recua diante do dólar, reagindo às medidas de estímulo anunciadas no começo da madrugada pelo Banco do Japão (BoJ) sob nova liderança. Com o feriado hoje e amanhã na China, o dólar também avança ante moedas correlacionadas a commodities, refletindo a busca de proteção.

Nos Estados Unidos, os mercados operam sob cautela antes do anúncio, na sexta-feira (05), do relatório oficial do mercado de trabalho referente a março. Na agenda desta quarta-feira, o indicador de demissões anunciadas mostrou uma alta de 30% em março ante o mesmo mês do ano passado. Já os números de pedidos de auxílio-desemprego da semana passada saem às 9h30 (de Brasília.

O mercado aguarda ainda um discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, às 11h30 (de Brasília), sobre educação financeira e econômica.

Mais cedo, o presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, disse que ainda é preciso esperar mais alguns meses de evidências de recuperação, mas não descartou totalmente a redução de compras de ativos neste verão. A declaração ajuda a impulsionar o dólar, disse um operador de uma corretora.

Na Europa, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços da zona do euro caiu 46,4 em março, de 47,9 em fevereiro, segundo dados da Markit.


O resultado de março também ficou abaixo da previsão de economistas, de 46,5. Os PMIs da Espanha e da Itália vieram acima do esperado, mas o dado da França foi o mais fraco em 48 meses e na Alemanha o PMI composto se aproximou da contração ao cair para 50,6, a mínima em três meses.

No Japão, sob o comando de seu novo presidente, Haruhiko Kuroda, o BoJ também manteve a taxa básica de juros entre 0,0% e 0,1% e anunciou um plano de política monetária para acabar com a deflação do país e atingir a meta de inflação de 2%.

Entre as medidas, o banco aumentará seu programa de compra de títulos do governo japonês, o que incluirá bônus com vencimentos mais longos. Até então, as compras que o BoJ vinha fazendo eram de títulos com vencimento de um a três anos.

O Banco do Japão também elevou a avaliação da economia do país pelo quarto mês seguido. A instituição afirmou que a economia japonesa "parou de se enfraquecer e tem mostrado alguns sinais de aceleração".

Em Nova York, às 9h23, o euro estava em US$ 1,2818, de US$ 1,2848 no fim da tarde de ontem. Na mínima, mais cedo, o euro escorregou até US$ 1,2783, de uma máxima intraday de US$ 1,2855.

O dólar avançava a 95,40 ienes, de 93,05 ienes na véspera. A moeda norte-americana também subia ante o dólar australiano (+0,35%), o dólar canadense (+0,06%), o peso chileno (+0,16%), a rupia indiana (+0,85%) e o dólar neozelandês (+0,32%).

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Sob 'efeito Coelho Diniz', GPA fecha segundo dia seguido entre maiores altas da bolsa

Trump diz que está preparado para disputa judicial pela demissão de Lisa Cook do Fed

Dólar fecha em leve alta de a R$ 5,43 com dados do IPCA-15

Elli, da Volkswagen, inicia comercialização de energia para clientes