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Dólar fraco? Para o Morgan Stanley, essa é uma boa notícia para as ações nos EUA

Na contramão do mercado, estrategista da casa não vê espaço para grandes quedas no S&P 500 em relação aos patamares atuais – com o câmbio ajudando o desempenho das empresas americanas no novo cenário

Morgan Stanley (Mario Tama/Getty Images)

Morgan Stanley (Mario Tama/Getty Images)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 28 de abril de 2025 às 10h12.

Última atualização em 28 de abril de 2025 às 10h14.

Enquanto muitos analistas de Wall Street adotam uma postura mais cautelosa em relação às ações americanas, Michael Wilson, estrategista do banco Morgan Stanley, mantém o otimismo – ainda que relativo.

Em linha com o consenso, ele prevê um dólar fraco como parte das políticas tarifárias de Trump. Mas, na contramão do mercado, o analista aponta que o câmbio deve impulsionar os lucros das empresas dos Estados Unidos e garantir um desempenho superior do mercado local frente a outros países.

Em nota publicada nesta segunda-feira, 28, Wilson destacou que o crescimento menos volátil dos lucros e a qualidade das empresas americanas também sustentam sua visão mais positiva.

"Estamos em um cenário de final de ciclo em que tanto a qualidade quanto o desempenho relativo das grandes empresas devem continuar", escreveu.

Não se trata de um cenário de grandes altas para a bolsa americana, aponta o estrategista. Mas ele tampouco compra o call de 'Sell America' generalizado de outras casas. Na visão do Morgan Stanley,o S&P 500 irá seguir oscilando na faixa entre 5.000 e 5.500 pontos, sem grande espaço para quedas.

Para que o índice avance além desse intervalo, Wilson acredita que seriam necessários fatores como um acordo tarifário com a China, uma recuperação mais forte nas estimativas de lucro e uma postura monetária mais flexível do Federal Reserve.

Em contraste com a visão do estrategista do Morgan Stanley, Mislav Matejka, do JPMorgan, considera que as ações internacionais oferecem uma melhor relação de risco e recompensa no cenário atual.

Em relatório recente, ele apontou que o cenário favorece os ativos fora dos EUA, especialmente se as chances de uma recessão americana seguirem elevadas.

Alain Bokobza, chefe de alocação de ativos do Societe Generale SA, compartilha da mesma visão. Segundo ele, os investidores devem reduzir sua exposição a ações dos EUA e ao dólar caso as medidas protecionistas do presidente Donald Trump continuem.

Na semana passada, aproveitando o período de alívio nos mercados, os estrategistas do Bank of America recomendaram a venda de ações americanas e de dólares.

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