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Dólar fecha praticamente estável com melhora na cena externa

O movimento de alta mais cedo veio mesmo após a atuação do Banco Central, que voltou a intervir no mercado cambial com leilão de swap cambial

Dólar: neste pregão, Wall Street mostrava recuperação e aliviava o restante do mercado (foto/Thinkstock)

Dólar: neste pregão, Wall Street mostrava recuperação e aliviava o restante do mercado (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 17h15.

São Paulo - Depois de chegar perto de 3,28 reais pela manhã, com alta de quase 1 por cento, o dólar perdeu força e fechou praticamente estável nesta terça-feira, influenciado pela recuperação das bolsas norte-americanas após o tombo na véspera em meio à perspectiva de maior aperto monetário nos Estados Unidos.

O movimento de alta mais cedo veio mesmo após a atuação do Banco Central, que voltou a intervir no mercado cambial com leilão de swap cambial, equivalente à venda futura de dólares.

O dólar recuou 0,03 por cento, a 3,2461 reais na venda, depois de ir à máxima de 3,2790 reais no dia. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 1 por cento.

O dólar, no mês, acumula alta de cerca de 2 por cento sobre o real. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,55 por cento no final da tarde.

"A volatilidade pode persistir no curto prazo, mas continuamos confiantes de que o mercado continua altista (no mercado acionário). Se antes estava claro que uma correção estava por vir, agora estamos próximos de ver algum exagero com essas vendas técnicas", disse o vice-presidente de investimentos do banco UBS, Mark Haefele, em nota.

Dados mais robustos sobre o mercado de trabalho norte-americano divulgados na sexta-feira já haviam reforçado a leitura de que o Federal Reserve, banco central do país, poderá ser mais duro na trajetória de aperto monetário diante da inflação ser mais pressionada.

A expectativa de juros mais altos na maior economia do mundo deu início recentemente ao forte movimento de aversão ao risco global, culminando com as bolsas norte-americanas despencando na véspera.

Neste pregão, Wall Street mostrava recuperação e aliviava o restante do mercado, apesar da elevada volatilidade.

"O maior risco é que os bancos centrais estivessem atrasados em relação à política monetária. Os últimos dados fizeram soar esse temor", disse mais cedo o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernardo Gonin, ao justificar a pressão no dólar.

No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante uma cesta de moedas, mas caía ante divisas de países emergentes.

A alta mais cedo do dólar frente ao real veio mesmo após o BC brasileiro voltar ao mercado. A autoridade monetária realizou nesta manhã o primeiro leilão de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de março, no total de 6,154 bilhões de dólares. Vendeu a oferta integral de até 9,5 mil contratos, ou 475 milhões de dólares.

Mantido esse volume diário até o final do mês e vendendo os lotes todos, rolará integralmente os contratos que vencem agora. O estoque total de swap cambial tradicional nas mãos do BC é de 23,796 bilhões de dólares.

"Nesses níveis de dólar, já era esperado que o BC sinalizasse rolagem integral. Impacto nulo no dólar", comentou Gonin.

Como pano de fundo, o mercado seguiu de olho os esforços do governo para conseguir apoio político para aprovar a reforma da Previdência neste mês na Câmara dos Deputados.

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