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Dólar fecha praticamente estável com alívio na cena política

De modo geral, o mercado tem precificado que, mesmo que o presidente Michel Temer perca seu mandato, a atual política econômica vai continuar

Dólar: "o dólar pode perfeitamente passar a oscilar entre 3,20 e 3,25 reais" (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: "o dólar pode perfeitamente passar a oscilar entre 3,20 e 3,25 reais" (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de julho de 2017 às 17h15.

Última atualização em 13 de julho de 2017 às 17h15.

São Paulo - O dólar fechou esta quinta-feira praticamente estável frente ao real, após fortes quedas dos últimos dias em meio ao maior alívio com a cena política doméstica e à percepção de que o banco central norte-americano não está com pressa para subir os juros.

O dólar avançou 0,02 por cento, a 3,2082 reais na venda, depois de acumular queda de 2,76 por cento nos últimos quatro pregões.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana atingiu 3,2027 reais. O dólar futuro operava com leve alta de cerca de 0,10 por cento no final da tarde.

"Acredito que o dólar pode perfeitamente passar a oscilar entre 3,20 e 3,25 reais", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

De modo geral, o mercado tem precificado que, mesmo que o presidente Michel Temer perca seu mandato, a atual política econômica com foco em reformas e controle fiscal vai continuar, trazendo um pouco mais de alívio aos investidores. Por isso, o dólar saiu da casa de 3,30 reais no início do mês para cerca de 3,20 reais agora.

Temer foi denunciado por corrupção passiva e ainda é investigado por crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa, ameaças que podem tirá-lo do cargo. Na linha sucessória, está o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem o perfil reformista também.

Nesta semana, foi aprovada a reforma trabalhista e as atenções se voltam agora para o andamento da reforma da Previdência no Congresso Nacional.

"O mercado comemora os avanços, com ou sem Temer. O que prevalece é o andamento das reformas", acrescentou Silva.

Interessado nas reformas, o mercado também comemorou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão na véspera, colocando-o mais distante das eleições de 2018. Lula é visto por parte do mercado como um político menos preocupado com ajuste fiscal.

Em relatório, o banco Wells Fargo considera positivas as reformas econômicas, mas pondera que o grande desafio do Brasil é o sistema político. "Qualquer coisa que seja feita em termos de reformas econômicas, há pequenas chances de mudar o caminho para a eterna promessa brasileira de ser o país do futuro", escreveu o economista-sênior do Wells Fargo, Eugenio Alemán.

Do cenário externo, também vieram avaliações mais positivas, com sinais de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não deve elevar os juros mais do que o esperado.

Na véspera, a chair do Fed, Janet Yellen, afirmou que a taxa de juros "não teria que aumentar tanto mais" para chegar a um nível neutro que não incentiva nem desencoraja a atividade.

Juro menor nos Estados Unidos tende a incentivar os investidores a manterem seus recursos em outras praças, como a brasileira. O dólar recuava ante divisas emergentes como os pesos chileno e mexicano.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou 1,660 bilhão de dólares do total de 6,181 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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