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Repórter de Mercados
Publicado em 4 de setembro de 2025 às 17h29.
Última atualização em 4 de setembro de 2025 às 18h00.
O dólar à vista fechou com queda de 0,11%, nesta quinta-feira, 4, a R$ 5,446, depois de oscilar entre R$ 5,442 e R$ 5,471. Durante o dia, houve um movimento global de valorização da moeda americana, impulsionada por dados fracos de emprego do setor privado nos Estados Unidos. O DXY, índice que compara o dólar a uma cesta de outras moedas, tinha alta de 0,15%.
Ao longo da sessão, o câmbio reverteu a leve alta observada frente ao real pela manhã. “O movimento acompanhou o maior apetite por risco nos mercados globais, refletido na alta das bolsas americanas e na aceleração do Ibovespa, que superou os 141 mil pontos”, explica Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
O Relatório Nacional de Emprego da ADP divulgado nesta quinta revelou que a criação de vagas no setor privado dos EUA em agosto ficou abaixo do esperado. Esse quadro, segundo Shahini, reforçou a percepção de enfraquecimento gradual da economia americana e elevou para mais de 97% a probabilidade de corte de juros pelo Federal Reserve já em setembro.
“Nesse cenário, a queda das taxas de juro nos EUA, combinada à melhora no sentimento global, favoreceu a desvalorização do dólar frente ao real”, complementa.
Na sexta, a expectativa é pelo Payroll, que mede a criação de empregos fora do setor agrícola, sendo um indicador crucial para a saúde econômica dos Estados Unidos.
Quando o Payroll apresenta resultados melhores que o esperado, com um aumento significativo no número de empregos e uma taxa de desemprego estável, o dólar tende a se fortalecer. Isso acontece porque os investidores interpretam os ganhos de emprego como um sinal de uma economia robusta, diminuindo as expectativas de cortes nas taxas de juro pelo Federal Reserve (Fed). Como resultado, o dólar se aprecia.
Por outro lado, quando o Payroll aponta resultados abaixo do esperado, com ganhos de emprego fracos ou uma alta na taxa de desemprego, o dólar tende a enfraquecer.
Analistas do Goldman Sachs esperam um impacto limitado para o próximo de sexta, com criação de 60 mil empregos e taxa de desemprego de 4,3%, mas notam que mesmo um resultado fraco com uma taxa de desemprego estável pode fazer o mercado de câmbio se comportar positivamente, aliviando temores de recessão.