Mercados

Dólar fecha em alta e se aproxima de R$ 3,50

A moeda americana fechou em alta com o mau humor nos mercados externos diante da possibilidade de o Reino Unido deixar a União Europeia


	Nota de dólar: dólar avançou 1,62 por cento, a 3,4867 reais na venda
 (leviticus/Thinkstock)

Nota de dólar: dólar avançou 1,62 por cento, a 3,4867 reais na venda (leviticus/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2016 às 17h25.

São Paulo - O dólar fechou em alta superior a 1,5 por cento e voltou a se aproximar de 3,50 reais nesta segunda-feira, com o mau humor nos mercados externos diante da possibilidade de o Reino Unido deixar a União Europeia e antes da reunião desta semana do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos.

A moeda norte-americana também foi sustentada por declarações do novo presidente do Banco Central brasileiro, Ilan Goldfajn, dizendo que a autoridade monetária pode usar instrumentos cambiais "com parcimônia", uma semana após sua defesa do regime de câmbio flutuante desencadear forte tombo da divisa.

O dólar avançou 1,62 por cento, a 3,4867 reais na venda, após subir nas duas sessões anteriores também pressionado pelo cenário internacional desfavorável.

A moeda norte-americana atingiu 3,4889 reais na máxima do pregão. O dólar futuro subia cerca de 1,8 por cento no fim da tarde.

"O mercado está na defensiva antes da reunião do Fed, mesmo com pouquíssimas chances de aumento de juros, e nesse pacote entra a questão do Reino Unido", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

As últimas pesquisas de intenções de voto têm mostrado liderança da campanha pela saída do Reino Unido do bloco de livre comércio. Embora outros levantamentos mostrem disputa mais apertada, operadores têm demonstrado preocupação com as implicações econômicas da votação de 23 de junho, buscando refúgio em ativos mais seguros.

O próprio Fed vem ressaltando que o referendo desempenhará papel importante em sua decisão sobre quando voltar a elevar os juros nos Estados Unidos.

Investidores não esperam que isso aconteça nesta quarta-feira, quando o banco central norte-americano anuncia sua decisão, mas preferiram evitar apostas arriscadas antes da divulgação do comunicado e das projeções do Fed, que podem trazer mais pistas sobre a trajetória da política monetária na maior economia do mundo.

O mau humor contribuiu para levar o dólar novamente para perto do patamar de 3,50 reais, nível que até semanas atrás a moeda norte-americana vinha respeitando como piso. A interpretação era que o BC almejaria proteger as exportações brasileiras.

"O mercado encontrou motivo para vender (dólar) na semana passada, mas agora isso já se esvaiu. Precisa de fato novo se for estender essa queda para esses próximos dias", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Na semana passada, Ilan defendeu em audiência no Senado o regime de câmbio flutuante, desencadeando um tombo do dólar frente ao real. Muitos operadores entenderam a declaração como um sinal de que o BC sob o comando de Ilan estaria menos propenso a intervir no mercado.

Nesta segunda-feira, porém, ele afirmou que a autoridade monetária poderá usar com "parcimônia" os instrumentos cambiais e que poderá reduzir sua exposição a determinado instrumento cambial.

"Parece que ele achou que o mercado exagerou e quis fazer um ajuste", disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato.

Texto atualizado às 17h24

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEstados Unidos (EUA)MoedasPaíses ricos

Mais de Mercados

Ternium x CSN: Em disputa no STF, CVM reforça que não houve troca de controle na Usiminas

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida