Mercados

Dólar fecha em alta de 1,38% antes de votação de impeachment

O dólar fechou em alta de mais de 1 por cento frente ao real pressionado pela intensa atuação do Banco Central


	Dólaes: dólar avançou 1,38 por cento, a 3,5240 reais na venda
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Dólaes: dólar avançou 1,38 por cento, a 3,5240 reais na venda (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2016 às 17h41.

São Paulo - O dólar fechou em alta de mais de 1 por cento frente ao real nesta sexta-feira, pressionado pela intensa atuação do Banco Central, enquanto o bom humor imperou na última sessão antes da votação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

O dólar avançou 1,38 por cento, a 3,5240 reais na venda, após atingir 3,5603 reais na máxima do dia. Na semana, contudo, a moeda norte-americana acumulou baixa de 2,02 por cento. O dólar futuro subia cerca de 1 por cento.

"O foco total e completo está na Câmara. O BC pode até moderar o movimento de queda, mas o que vai determinar a tendência do câmbio nas próximas semanas é a política", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

A Câmara vota no domingo a abertura ou não do processo de afastamento da presidente Dilma e expectativas de aprovação vêm exercendo forte pressão de baixa sobre o dólar, sobretudo nos últimos dias.

Nesta madrugada, o governo perdeu no Supremo Tribunal Federal (STF) mais uma tentativa de barrar a votação. A Advocacia-Geral da União havia pedido que a votação na Câmara fosse suspensa.

Muitos operadores acreditam que eventual troca de governo poderia trazer de volta a confiança dos investidores na economia brasileira. "O mercado está animado. Mesmo com a alta de hoje, o dólar continua muito baixo", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

O BC reagiu à queda recente do dólar reforçando sua intervenção no câmbio, acelerando muito a redução de seu estoque de swaps cambiais tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares.

Neste pregão, fez três leilões de swap cambial reverso, que equivale a compra futura de dólares. Ao todo, vendeu 88,5 mil contratos, que correspondem a cerca de 4,425 bilhões de dólares.

Com isso, reduziu ao todo perto de 26 bilhões de dólares o estoque de swaps tradicionais neste mês só por meio dos leilões dos reversos.

Também contribuiu para pressionar o câmbio no Brasil o ambiente externo desfavorável, com investidores preferindo estratégias mais defensivas antes da reunião de produtores de petróleo no fim de semana. Poucos esperam que o encontro resulte em acordo para congelar a produção global, levando a commodity a recuar nesta sessão.

"Temos motivos para o dólar subir hoje, mas isso será completamente ofuscado se o impeachment passar na Câmara no fim de semana", disse o operador de uma corretora internacional.

Texto atualizado às 17h41

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedasMercado financeiroBanco CentralReal

Mais de Mercados

A nova aposta do Google: data centers alimentados por energia nuclear

Airbnb vai adotar tecnologia 'antifesta' em reservas no Halloween

Com chips de IA, Qualcomm tem maior alta na bolsa em seis meses

Ibovespa bate novo recorde com otimismo após encontro de Lula e Trump