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Dólar fecha em alta levado por demissão de Tillerson nos EUA

O dólar avançou 0,13 por cento, a 3,2621 reais na venda, depois de marcar a máxima de 3,2659 reais na sessão e 3,2382 reais na mínima

Dólar: moeda caía ante a cesta de moedas, mas passou a subir ante divisas de países emergentes à tarde (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

Dólar: moeda caía ante a cesta de moedas, mas passou a subir ante divisas de países emergentes à tarde (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de março de 2018 às 17h09.

Última atualização em 13 de março de 2018 às 21h50.

São Paulo - O dólar fechou em alta sobre o real nesta terça-feira, depois de passar boa parte da sessão em queda, com fluxo de saída e a demissão do secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, ofuscando a percepção de que os juros norte-americanos não vão subir mais do que o esperado após dados de inflação comportada.

O dólar avançou 0,13 por cento, a 3,2621 reais na venda, depois de marcar a máxima de 3,2659 reais na sessão e 3,2382 reais na mínima. O dólar futuro tinha leve alta de 0,05 por cento no final da tarde.

"A saída de Tillerson é um fator de instabilidade, deixa o mercado mais cauteloso", comentou o gerente de câmbio de uma corretora local.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou mais cedo que substituiu Tillerson pelo diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), Mike Pompeo. Os investidores ficaram cautelosos com a incerteza sobre a política externa dos EUA no futuro, que envolverá negociações sobre o comércio e com a Coreia do Norte.

O dólar caía ante a cesta de moedas, mas passou a subir ante divisas de países emergentes à tarde, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

Mais cedo, o dólar foi negociado em queda sobre o real, com o mercado respirando mais aliviado com dados fracos de inflação nos Estados Unidos reforçarem apostas de que os juros na maior economia do mundo não vão subir mais do que o esperado.

"Com o núcleo (da inflação) ainda confortavelmente abaixo da meta, o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) não tem razões para promover aumento mais agressivo das taxas de juros do que o que está atualmente precificado", disse o analista da gestora CIBC, Avery Shenfeld, em nota.

Os preços ao consumidor dos Estados Unidos desaceleraram em fevereiro em meio à queda nos preços da gasolina e à moderação no custo dos aluguéis, na mais recente indicação de que uma aceleração da inflação provavelmente será apenas gradual.

Excluindo os componentes voláteis de energia e alimentos, o índice ganhou 0,2 por cento depois de acelerar 0,3 por cento em janeiro. Na base anual, o avanço do chamado núcleo de preços ao consumidor repetiu a taxa de 1,8 por cento de fevereiro.

Logo após a divulgação dos dados, os juros futuros norte-americanos precificaram 26 por cento de chances de o Fed elevar os juros quatro vezes neste ano, sobre 28 por cento antes dos números, segundo dados da Reuters.

O Fed vem indicando que elevará os juros três vezes neste ano de forma gradual e, um movimento mais forte do que o esperado, aumentaria o potencial de atrair para os Estados Unidos recursos aplicados hoje em outros mercados financeiros, como o brasileiro.

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril. Dessa forma, já rolou 1,4 bilhão de dólares do total de 9,029 bilhões de dólares.

Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.

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