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Dólar fecha em alta acompanhando exterior

Os investidores também passaram o dia sob a expectativa com o discurso da chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen

Dólar: o dólar avançou 0,21%, a 3,2190 reais na venda, após ceder 0,81%, a 3,2124 reais, no pregão passado (Stock.xchng)

Dólar: o dólar avançou 0,21%, a 3,2190 reais na venda, após ceder 0,81%, a 3,2124 reais, no pregão passado (Stock.xchng)

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Reuters

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 18h17.

São Paulo - O dólar fechou a quarta-feira em alta ante o real, depois de ter recuado quase 1 por cento na véspera, em sintonia com o desempenho da moeda norte-americana no exterior e diante da cautela com a proximidade da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Os investidores também passaram o dia sob a expectativa com o discurso da chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, marcado para o início desta noite.

O dólar avançou 0,21 por cento, a 3,2190 reais na venda, após ceder 0,81 por cento, a 3,2124 reais, no pregão passado.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,2314 reais. O dólar futuro subia cerca de 0,20 por cento no final desta tarde.

"O mercado está propenso à alta do dólar por causa da possibilidade de maior risco à frente, há um movimento de hedge pelos investidores", destacou o operador da Ourominas Corretora Maurício Gaioti, referindo-se ao futuro presidente norte-americano, que toma posse nesta sexta-feira.

Desde que Trump foi eleito, os agentes econômicos passaram a temer mais chances de altas maiores nos juros dos Estados Unidos, já que em sua campanha ele prometeu gastos maiores em infraestrutura e cortes de impostos, características de uma política econômica inflacionária.

Se esse cenário se confirmar, o dinheiro aplicado em outros países como o Brasil poderá se endereçar aos Estados Unidos, de olho nos juros mais elevados em ambiente de menor risco.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e divisas emergentes, como o peso mexicano, rand sul-africano e lira turca.

Pesquisa Reuters publicada nesta quarta-feira mostrou que as promessas de Trump são o principal risco ao crescimento, indicando que os economistas consultados não compartilhavam da exuberância mostrada no mercado desde a eleição em novembro.

Durante a maior parte de sua campanha, e após a vitória, Trump prometeu fazer mudanças nas políticas comercial e de imigração dos EUA, ameaçou adotar pesadas tarifas sobre as importações chinesas e propôs fortes cortes tributários.

Internamente, a alta do dólar ante o real foi contida por causa do novo leilão de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- que o Banco Central fez pela manhã.

Foi o segundo leilão para rolagem dos contratos que vencem em fevereiro e que terminou com a venda de todos os 12 mil contratos.

"Com o swap, o BC mandou o recado de que está vigilante em relação ao câmbio e isso ajuda a segurar as cotações", disse Gaioti.

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