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Dólar fecha em alta, a R$ 5,56, com mais temores sobre tarifas de Trump

Possível acordo entre EUA e União Europeia também esteve no radar dos investidores nesta sexta-feira. Na semana, moeda caiu 0,46%

Dólar: na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 5,574 e, na semana, caiu 0,46%. (Designed by/Freepik)

Dólar: na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 5,574 e, na semana, caiu 0,46%. (Designed by/Freepik)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 25 de julho de 2025 às 17h12.

O dólar fechou esta sexta-feira, 25, com leve queda de 0,76%, cotado a R$ 5,561. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,574 e, na semana, moeda caiu 0,46%.

“O movimento foi influenciado principalmente pelo fortalecimento global da moeda americana, em meio ao otimismo com possíveis acordos comerciais dos EUA com outros países, especialmente a União Europeia", explica Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.  Investidores também reagiam à notícia de que o governo de Donald Trump estaria preparando uma nova declaração para justificar a imposição da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.

Segundo relatos da agência Bloomberg, a Casa Branca estaria considerando uma nova medida para confirmar a tarifa sobre o Brasil, dado que a balança comercial dos EUA com o país é superavitária, o que não ocorria com os outros países que sofreram sanção similar. A faixa de 15% foi definida por Trump como o menor percentual de sobretaxa a ser impostos, enquanto a de 50% seria a maior.

Em 9 de junho, Trump anunciou uma tarifa extra de importação de 50% para os produtos brasileiros, argumentando que a taxa se deve aos processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e contra as redes sociais americanas. Além disso, o republicano também citou práticas comerciais do Brasil que considera prejudiciais aos Estados Unidos.

Desde então, o mercado está atento à qual resposta o governo brasileiro dará. Na segunda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo avalia implementar instrumentos de apoio a setores da economia impactados pela tarifa anunciada pelos EUA. Enquanto isso, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, realiza reuniões com o setor produtivo para discutir uma resposta à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

No cenário interno, o mercado também reage aos dados do IPCA-15 de julho acima do esperado, reforçando expectativas de manutenção da Selic elevada por mais tempo.

“Paralelamente, dados de balança de pagamentos mostraram aumento do déficit em transações correntes e do fluxo cambial negativo no mês de junho. A cautela permanece ainda entre investidores devido às incertezas nas negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre tarifas, mantendo o mercado em compasso de espera até uma definição mais clara do quadro comercial", finaliza Shahini.

O que é o dólar à vista

O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é amplamente utilizado por empresas e instituições financeiras em operações de curto prazo, oferecendo uma cotação com base no valor real de mercado no momento da transação.

O que é o dólar futuro

O dólar futuro é uma cotação projetada para contratos de compra e venda de dólares a serem liquidados em datas futuras. Esse tipo de dólar é negociado na Bolsa de Valores, permitindo que empresas e investidores se protejam contra a volatilidade cambial. A cotação do dólar futuro pode variar bastante, pois leva em consideração as expectativas do mercado sobre a economia.

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