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Dólar fecha com alta, após IBC-Br fraco e à espera do Fed

O dólar avançou 0,32%, a 3,2783 reais na venda, após bater 3,2495 reais na mínima e 3,2788 reais na máxima


	Dólar: o mercado trabalha com a hipótese de manutenção dos juros americanos
 (Adam Gault/Thinkstock)

Dólar: o mercado trabalha com a hipótese de manutenção dos juros americanos (Adam Gault/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 17h31.

São Paulo - O dólar fechou com alta frente ao real nesta segunda-feira, após recuar mais de 2 por cento nas últimas duas sessões, com a divulgação de um índice de atividade do Brasil mais fraco do que o esperado abalando um pouco a confiança dos investidores.

A sessão foi marcada por baixo volume, com operadores preferindo a cautela antes da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que será concluída na quarta-feira.

O mercado trabalha com a hipótese de manutenção dos juros, mas operadores buscarão no comunicado divulgado após o encontro pistas sobre as intenções do Fed.

O dólar avançou 0,32 por cento, a 3,2783 reais na venda, após bater 3,2495 reais na mínima e 3,2788 reais na máxima. Nas duas sessões anteriores, a moeda norte-americana acumulou queda de 2,24 por cento.

O dólar futuro avançava cerca de 0,40 por cento no final desta tarde.

"A queda do IBC-Br mexeu com o mercado. Qualquer notícia que não seja esperada faz a moeda (dólar) subir, procurar segurança", disse o analista de câmbio da Gradual Investimentos, Marcos Jamelli.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,09 por cento em julho, ante previsão de alta de 0,25 por cento, segundo pesquisa Reuters.

No exterior, a expectativa do encontro do Fed na quarta-feira, mesmo dia em que o Banco do Japão também se reúne para tratar sobre política monetária, seguiu como referência aos negócios.

Uma elevação nos juros nos Estados Unidos tende a atrair para lá recursos atualmente aplicados em outros mercados, como o brasileiro.

Dados econômicos mistos e declarações contraditórias de autoridades do Fed vêm causando confusão sobre quando o Fed voltará a elevar os juros.

"Por mais que a probabilidade de aumento das taxas nessa semana seja baixíssima, o risco de uma postura mais 'hawkish' é alto", afirmou o operador da corrretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, acrescentando que, por conta disso, o investidor "pensa duas vezes antes de travar a venda abaixo de 3,30 reais".

Segundo dados do FedWatch, do CME Group, as chances de alta dos juros norte-americanos nesta semana são minoritárias.

O banco JPMorgan revisou suas previsões sobre a política monetária norte-americana para mostrar apenas dois aumentos de juros em 2017, contra três elevações previamente. O banco manteve sua estimativa de que a primeira elevação acontecerá em dezembro.

A reunião do banco central japonês também serviu de motivo para cautela. O Banco do Japão pode tornar a taxa de juros negativa o foco principal de sua política monetária, destacando a inquietação do mercado sobre o que qualquer ação que não seja um afrouxamento quantitativo revela sobre a redução do poder de fogo dos bancos centrais globais.

Internamente, o mercado também se mostrou mais cauteloso com o cenário político, diante de novas denúncias que podem afetar a capacidade do governo do presidente Michel Temer de conseguir aprovar importantes medidas fiscais no Congresso.

Na véspera, foi noticiado que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contra o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, de estar por trás de irregularidades na operação para financiar obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.

O Banco Central vendeu esta manhã todos os 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares.

Texto atualizado às 17h29
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