Mercados

Dólar fecha acima de R$4,21 e bate novo recorde de alta

Com novo valor, cotação superou recorde anterior para um fechamento, de R$ 4,2061, cravado há exatamente uma semana

Dólar e Real: no dia 5 de novembro, dólar havia encerrado em 3,9932 reais na venda. Desde então, a cotação dispara 5,55% (TARIK KIZILKAYA/Getty Images)

Dólar e Real: no dia 5 de novembro, dólar havia encerrado em 3,9932 reais na venda. Desde então, a cotação dispara 5,55% (TARIK KIZILKAYA/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 25 de novembro de 2019 às 18h06.

Última atualização em 25 de novembro de 2019 às 18h08.

São Paulo — O dólar fechou em nova máxima histórica nesta segunda-feira, puxado pelo dia de fortalecimento global da moeda e por renovadas preocupações com as perspectivas de ingresso de recursos ao país.

O dólar negociado no mercado interbancário terminou a sessão regular em alta de 0,53%, a 4,2150 reais na venda. Com isso, a cotação superou o recorde anterior para um fechamento, de 4,2061 reais, cravado há exatamente uma semana.

Na B3, em que os negócios com derivativos cambiais vão até as 18h15, o contrato mais líquido de dólar futuro tinha alta de 0,61%, a 4,2245 reais, por volta de 17h35.

A moeda começou o dia em torno da estabilidade, mas tomou fôlego rapidamente após o Banco Central divulgar dados mostrando déficit em conta corrente e investimento estrangeiro direto piores do que o esperado para outubro.

Poucas horas depois, o governo informou dados parciais da balança comercial de novembro, que caminha para fechar o mês no vermelho, o que não acontece desde novembro de 2014.

"As contas externas continuam saudáveis, a questão é que os números piores pegam o mercado num momento sensível e de ampla preocupação com o cenário para fluxos", disse Flávio Serrano, economista-chefe do Haitong Brazil.

A menor oferta de moeda no país em meio a contínuas saídas de capital se tornou uma preocupação ainda mais latente depois da frustração do mercado com o leilão do excedente da cessão onerosa, no último dia 6, no qual praticamente apenas a Petrobras fez lances.

No dia 5 de novembro, o dólar havia encerrado em 3,9932 reais na venda. Desde então, a cotação dispara 5,55%, em termos nominais.

Mesmo com o dólar em torno de recordes históricos, o Banco Central tem mantido a estratégia de intervenção no câmbio já em curso. A autoridade monetária vendeu todos os 15.700 contratos de swap cambial tradicional em rolagem do vencimento janeiro 2020. Mais cedo, o BC não havia aceitado propostas em leilão de dólar à vista e de swap cambial reverso.

Também nesta segunda, a autarquia fez a rolagem integral de 1,5 bilhão de dólares em linha de moeda com compromisso de recompra, volume que até então precisaria voltar ao BC no começo de dezembro.

Ao longo da tarde, o dólar se manteve forte amparado pelo exterior, onde a moeda se valorizava contra uma cesta de divisas e também ante vários rivais emergentes.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedasReal

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol