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Dólar fecha a R$3,1873, maior nível desde março

O dólar fechou em alta de 0,74% ante o real e avançou 5,78% em maio


	Notas de dólar: em maio, a divisa acumulou avanço de 5,78%
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Notas de dólar: em maio, a divisa acumulou avanço de 5,78% (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2015 às 20h12.

São Paulo - O dólar fechou em alta ante o real nesta sexta-feira e encerrou maio com avanço, diante de expectativas de que o Banco Central continue no mês que vem com sua política de reduzir a intervenção no mercado de câmbio.

A moeda norte-americana subiu 0,74 por cento, a 3,1873 reais na venda, maior nível de fechamento desde 31 de março, quando foi a 3,1909 reais. Em maio, a divisa acumulou avanço de 5,78 por cento, no oitavo mês de valorização dos últimos nove meses.

O giro financeiro ficou em torno de 1,4 bilhão de dólares nesta sessão, segundo dados da BM&F. Segundo analistas, a pressão cambial tende a continuar no médio prazo, à medida que se aproxima o aumento de juros nos Estados Unidos e diante da menor atuação do BC. No entanto, alguns veem espaço para alívio no curto prazo.

O BC tem afirmado repetidamente que o estoque de swaps cambiais já atende à demanda por proteção do mercado financeiro brasileiro, alimentando expectativas de que pode rolar cada vez menos contratos daqui para frente. Neste mês, a autoridade monetária rolou cerca de 80 por cento dos contratos que vencem no dia 1º junho.

"Eu não me surpreenderia se o BC acelerasse a desmontagem dessa política (de swaps cambiais)", afirmou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif.

"É óbvio que quando você anuncia o fim do programa, você gera volatilidade, mas a alta do dólar é um movimento global e cíclico, não faz sentido manter o programa."

Depois do fechamento do mercado, contudo, o BC indicou que manterá o ritmo de intervenção no câmbio no próximo mês, ao anunciar que irá ofertar 7 mil contratos de swaps na segunda-feira, dando início a rolagem do lote que vence em 1º de julho. Se mantiver essa oferta diária até penúltimo dia útil do junho, irá rolar cerca de 80 por cento do lote total equivalente a 8,742 bilhões de dólares.

A perspectiva de alta dos juros nos EUA vem pressionando o câmbio globalmente. Nesta sessão, contudo, a expectativa de que o banco central norte-americano deverá elevar os juros ainda este ano perdeu um pouco de força, após a maior economia do mundo contrair no primeiro trimestre.

A alta do dólar nesta sessão foi corroborada também pela contração do PIB do Brasil no primeiro trimestre. Embora a queda tenha vindo menor que o esperado por analistas, investidores viram nos detalhes do relatório sinais de que a economia brasileira não voltará a crescer tão cedo.

ALÍVIO NO CURTO PRAZO?

Alguns analistas, no entanto, veem espaço para algum alívio nas cotações no curto prazo. O BNP Paribas espera que o dólar feche este ano a 3,20 reais e o ano que vem a 3,40 reais, mas estima que o valor justo do dólar no curto prazo está em torno de 3,06 reais e, por isso, recomenda apostas táticas na queda do dólar.

"Pode haver uma correção nos próximos dias", disse gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. Na primeira parte desta sessão, a volatilidade foi acentuada pela briga antes da formação da Ptax de maio.

A Ptax é uma taxa calculada diariamente pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. Operadores costumam disputar para influenciar a taxa do último pregão do mês, que determina a cotação utilizada para precificar o primeiro contrato futuro de dólar negociado na BM&F, um dos mais líquidos do mercado financeiro brasileiro.

"Último dia do mês é sempre assim: Ptax pressiona e o mercado especula sobre a rolagem dos swaps do BC. O fundamento fica de lado", disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

Texto atualizado às 20h12

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