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Dólar fecha a R$ 2,98, menor cotação desde 29 de abril

O gatilho para isso foram os dados decepcionantes do mercado de trabalho norte-americano, divulgados mais cedo


	Dólar: a avaliação é de que a economia americana ainda está em fase de recuperação e, por isso, a alta de juros pelo Fed pode ocorrer mais tarde
 (Scott Eells/Bloomberg)

Dólar: a avaliação é de que a economia americana ainda está em fase de recuperação e, por isso, a alta de juros pelo Fed pode ocorrer mais tarde (Scott Eells/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2015 às 18h08.

São Paulo - Os investidores da área de câmbio, em especial os estrangeiros, deram continuidade nesta sexta-feira, 8, ao movimento mais recente de redução de posições compradas em dólar no mercado futuro brasileiro.

O gatilho para isso foram os dados decepcionantes do mercado de trabalho norte-americano, divulgados mais cedo, que pesaram sobre a moeda americana em todo o mundo. No Brasil, o dólar recuou de forma consistente ante o real, pela quarta sessão consecutiva.

O dólar à vista de balcão cedeu 1,39%, a R$ 2,9820. Esta é a menor cotação para o dólar desde 29 de abril deste ano. Em quatro dias, a moeda acumulou baixa de 3,40% e, na semana, cedeu 0,93%.

No mercado futuro, que encerra apenas às 18 horas, o dólar para junho - o mais líquido e que serve de referência para as cotações no balcão - cedia há pouco 1,57%, a R$ 3,0015.

Pela manhã, o dólar até chegou a subir ante o real, em linha com a valorização da moeda americana também no exterior, antes da divulgação do relatório de emprego nos EUA (payroll). Às 9h30, a moeda à vista chegou a marcar a máxima de R$ 3,0390 (+0,50%).

Mas quando os números do payroll saíram, o cenário mudou. Os EUA criaram 223 mil vagas de emprego em abril, pouco abaixo dos 228 mil esperados. No entanto, o total de março foi revisado de 126 mil para 85 mil vagas, o que foi mal visto pelo mercado.

A avaliação é de que a economia americana ainda está em fase de recuperação e, por isso, a alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode ocorrer mais tarde.

Isso fez o dólar migrar para o território negativo ao redor do mundo e, no Brasil, passar a cair mais de 1%. Os estrangeiros, que haviam assumido posições compradas no mercado futuro mais altas recentemente, continuaram a reduzir esta exposição, como visto nos últimos dias.

Tudo porque, com a perspectiva de manutenção de juros baixos nos EUA e a expectativa de uma Selic cada vez mais alta, o fluxo de recursos para o Brasil tende a continuar forte.

Às 16h50 de hoje, o dólar à vista marcou a mínima de R$ 2,9760 (-1,59%) no balcão, para depois encerrar em patamares mais acomodados, mas ainda assim abaixo dos R$ 3,00.

No exterior, perto das 16h30, o dólar cedia 0,10% ante o dólar australiano, tinha baixa de 0,13% ante o canadense, cedia 0,28% ante o neozelandês, caía 0,63% ante o rand sul-africano, perdia 0,67% ante o peso chileno e recuava 1,11% ante o peso mexicano.

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