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Dólar fecha a 4,17 reais e atinge segundo maior valor do ano

Ibovespa cai impulsionado por bancos e menor ritmo econômico na Europa

Com grande participação no Ibovespa, ações de bancos caem e puxam índice para baixo (Ricardo Moraes/Reuters)

Com grande participação no Ibovespa, ações de bancos caem e puxam índice para baixo (Ricardo Moraes/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 18h09.

Última atualização em 23 de setembro de 2019 às 19h09.

Logo pela manhã, as corretoras previam uma sessão “mista” e com tendência de baixa. Sem grandes sustos ao longo do dia, a queda do índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) europeu, divulgado ainda pela madrugada, ditou o ritmo dos mercados. No período da tarde, o dólar chegou a ser negociado a 4,1836 reais na venda e fechou a 4,1709 reais, registrando avanço de 0,419%. O preço de fechamento da moeda americana é o maior desde a primeira segunda-feira do mês e o segundo maior do ano. A Bolsa também reagiu de maneira negativa. Com recuo de 0,17%, o Ibovespa foi a 104.637,82 pontos nesta segunda-feira (23), após ter atingido o maior fechamento semanal da história no último pregão.

No exterior, os principais índices acionários também caíram, com exceção do Dow Jones, que encerrou próximo da estabilidade. Com mais um sinal de desaceleração atividade econômica da Europa, as bolsas do continente sofreram perdas nesse início de semana. O índice Stoxx 600, que é uma espécie de termômetro do mercado financeiro europeu, registou queda de 0,8%, enquanto o DAX, da bolsa alemã, caiu 1,01%.

No Brasil, o ritmo de cautela afetou o preço das ações dos principais bancos do país. Os papeis preferenciais do Itaú-Unibanco (ITUB4) e os ordinários do Bradesco (BBDC3) e Banco do Brasil (BBAS3) recuaram 0,32%, 0,82% e 0,48%, respectivamente. Esses ativos, que representam cerca de 15% do Ibovespa, contribuíram para a baixa do índice.

Também com grande participação no Ibovespa, a ação da Vale caiu 0,66% e também ajudou a impor o ritmo que perdurou por praticamente todo o dia. Notícias da Europa impactaram negativamente os papéis da Embraer, que recuaram 2,05% com possibilidade de a União Europeia investigar a oferta da norte-americana Boeing pela divisão comercial da fabricante de aeronaves brasileira.

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As maiores perdas, porém, ficaram com os detentores das ações da CVC, que caíram 3,70%. A agência de turismo sofre os impactos da alta do dólar, que dificulta viagens de brasileiros para o exterior. Além disso, a mais antiga empresa do setor, a britânica Thomas Cook decretou falência hoje (23).

A valorização do dólar, por outro lado, fez as ações da Suzano avançarem 3,42% e liderarem as altas do Ibovespa. Como a companhia destina grande parte de sua produção de papel e celulose para a exportação, a receita da empresa tende a aumentar conforme o preço do dólar sobe.

Já os papéis da Petrobras refletiram a valorização do barril de petróleo negociado nos Estados Unidos e se apreciaram, amenizando a queda do Ibovespa. As ações preferenciais da petrolífera subiram 1,78% e as ordinárias, 0,43%. Embora o ataque na Arábia Saudita tenha feito disparar o preço do barril de petróleo na semana passada, até agora, os papéis da estatal brasileira não vêm acumulando ganhos significativos.

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