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Dólar encosta em R$3,31 na maior cotação do ano

O dólar avançou 1,27 por cento, a 3,3099 reais na venda, maior alta porcentual desde o avanço de 1,44 por cento registrado em 2 de fevereiro

Dólar: na máxima, a moeda foi a 3,3107 reais (foto/Thinkstock)

Dólar: na máxima, a moeda foi a 3,3107 reais (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 22 de março de 2018 às 17h16.

São Paulo - O dólar operava em alta e de volta ao nível de 3,30 reais nesta quinta-feira, em meio a temores de uma guerra comercial, com a sinalização do Banco Central de corte adicional na taxa básica de juros e de olho no Supremo Tribunal Federal (STF).

O dólar avançou 1,27 por cento, a 3,3099 reais na venda, maior alta porcentual desde o avanço de 1,44 por cento registrado em 2 de fevereiro. É a maior cotação desde 28 de dezembro passado, quando fechou em 3,3144 reais.

Na máxima, a moeda foi a 3,3107 reais. O dólar futuro subia cerca de 1 por cento.

"O mercado está operando com cautela... com a guerra comercial, STF e menor diferencial de juros após a decisão (do BC)", explicou o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado.

O mercado digere a indicação do BC de que reduzirá mais uma vez a Selic no encontro de maio após cortar na véspera a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para a nova mínima histórica de 6,5 por cento ao ano.

Com juros menores no Brasil, diminui o diferencial de juros para os estrangeiros, que, desta forma, tendem a procurar outras praças mais interessantes para aplicar seu dinheiro.

A cautela dos agentes também derivava da expectativa pelo julgamento de habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Supremo Tribunal Federal.

"(Se) concedido o habeas corpus a Lula, o ex-presidente ficará livre por pelo menos mais um ano.... Embora não deva ser candidato à Presidência (dado que tem a Lei da Ficha Limpa pela frente), poderá fazer campanha, e tentar transferir votos ao 'plano B' do PT", explicou a corretora Guide em relatório.

Os investidores também estiveram atentos ao cenário comercial. Nesta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou memorando que pode impor tarifas de até 60 bilhões de dólares sobre importações da China, embora sua ação tenha ficado longe das ameaças que poderia ter dado início a uma guerra comercial.

Segundo os termos do memorando, Trump visará as importações chinesas apenas após um período de consultas, medida que dará a lobistas da indústria e legisladores chance de diluir a lista proposta de 1,3 mil produtos. A China também terá espaço para responder às ações de Trump, reduzindo o risco de retaliação imediata de Pequim, e Trump adotou um tom delicado ao começar a falar, afirmando "eu os vejo como um amigo".

No exterior, o dólar operava praticamente estável ante a cesta de moedas e subia ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril. Dessa forma, já rolou 6,3 bilhões de dólares do total de 9,029 bilhões de dólares.

Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.

 

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