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Dólar em queda e bolsa em alta: gestores ajustam expectativas para 2024 em meio a rali de fim de ano

Gestores veem melhor oportunidade em ações de empresas de crescimento, diante de ciclos de quedas de juros

Escultura de um touro (símbolo de alta) em frente à B3: mercado espera por novos recordes do Ibovespa em 2024 (Cauê Diniz/B3/Divulgação)

Escultura de um touro (símbolo de alta) em frente à B3: mercado espera por novos recordes do Ibovespa em 2024 (Cauê Diniz/B3/Divulgação)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 19 de dezembro de 2023 às 15h50.

Expectativas de uma política monetária mais branda nos Estados Unidos tem impulsionado bolsas do mundo inteiro e derrubado o preço do dólar neste fim de ano. No Brasil, o Ibovespa voltou estabelecer novas máximas históricas, enquanto o dólar foi abaixo de R$ 4,90. O momento positivo, no entanto, deve se estender para o próximo ano. Isso é que revelou uma pesquisa feita pelo Bank of America com 31 gestoras com investimentos na América Latina. Juntas, essas gestoras representam um volume sob gestão de US$ 72 bilhões. E elas estão mais otimistas.

Cerca da metade dos entrevistados disseram esperar o Ibovespa acima de 140.000 no ano que vem ante os atuais 130.000. O percentual de gestores que disseram esperar o índice acima desse patamar cresceu 16 pontos percentuais neste mês, segundo a pesquisa.

Os investidores também se mostraram mais otimistas com ações de empresas de crescimento. Cerca de 25% dos entrevistados disseram acreditar que esse tipo de ação iria ter um performance acima da média nos próximos seis meses. Esse percentual cresceu para próximo de 45% em dezembro. A categoria é a que, agora, concentra maior otimismo junto com a de empresas de "alta qualidade".

Esse tipo de ação, de forma geral, vinha sendo deixado de lado pela indústria nos últimos anos diante do ciclo de aperto monetário. Quando a taxa de juros sobe, o dinheiro se torna mais escasso para financiar crescimento. Com os juros caindo no Brasil e ensaiando queda nos Estados Unidos, esse cenário começa a mudar. Já a confiança com "ações de valor" (com múltiplos menores, de negócios consolidados) caiu. Agora, menos de 20% dos investidores acreditam que elas terão uma performance acima da média.

Com perspectivas cada vez maiores de um controle inflacionário sem grandes danos à economia, a perspectiva para a revisão de lucros também mudou. De cerca de 15% a expectativa de reajuste de projeções para baixo caiu para menos de 10%. A expectativa de que projeções se manterão estáveis cresceu de 25% para 42%.

Dólar mais fraco

Os gestores também se mostraram mais otimistas para o câmbio. Cerca de 45% dos entrevistados disseram esperar um dólar mais fraco em 2024. O percentual é próximo do registrado em novembro. Mas houve mudança significativa nas teses dos que previam um dólar mais forte. O percentual dos que defendiam essa tese caiu de 32% para perto de 13%, enquanto a fatia dos que esperam um dólar estável subiu de 19% para 29%.

Para o preço do dólar frente ao real, chegou a 10% o percentual dos que esperam algo abaixo de R$ 4,50, ante cerca de 6% em novembro. Também cresceu os que esperam dólar entre R$ 4,80 e R$ 4,50, que foi de perto de 25% para próximo de 29%. A maior parte dos gestores ainda esperam dólar entre R$ 5,10 e R$ 4,81 para o fim do ano que vem.

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