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Dólar sobe e fecha a R$ 5,37 com expectativa de novo corte de juros

Temores políticos também pesam negativamente, após prisão de Fabrício Queiroz

Dólar: contrato mais negociado de dólar futuro subia 1,70%, a 5,3210 reais (Paul Yeung/Bloomberg/Getty Images)

Dólar: contrato mais negociado de dólar futuro subia 1,70%, a 5,3210 reais (Paul Yeung/Bloomberg/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 18 de junho de 2020 às 17h01.

Última atualização em 18 de junho de 2020 às 17h35.

O dólar fechou em alta contra o real, nesta quinta-feira, 18, com os investidores repercutindo a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, e a sinalização do Comitê de Política Monetário (Copom), que abriu espaço para novos cortes de juros. O cenário externo tampouco ajudou. Com isso, o dólar comercial subiu 2,1% e encerrou sendo vendido a 5,372 reais, enquanto o dólar turismo avançou 2,3%, cotado a 5,68 reais.

A prisão de Queiroz foi efetuada nesta manhã por agentes de Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) como parte da Operação Anjo. Queiroz é suspeito de ter feito “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando este ainda era deputado estadual do Rio de Janeiro.

Queiroz foi preso em um imóvel do advogado Frederick Wassef, que defende o presidente Jair Bolsonaro no caso da facada de Adélio Bispo, o que aumenta a pressão sobre o governo.

“A maior sensação de incerteza é sobre como o Bolsonaro vai lidar, se ele vai ver a prisão como uma agressão pessoal contra o seu governo ou simplesmente como uma investigação normal”, disse Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

Segundo André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, a forma como Bolsonaro irá reagir à prisão pode ser ainda mais importante para o mercado. “Se o presidente reagir de forma muito violenta, vai pôr mais caldo na fervura. O tensionamento vai ser maior”, comentou.

No mercado, a sinalização de novos cortes de juros, feita ontem após o Copom reduzir taxa Selic para a mínima histórica de 2,25% ao ano também jogou contra a moeda nacional. Com novas quedas da Selic, os títulos públicos se tornariam ainda menos atrativos para investidores estrangeiros em busca de ganhos com renda fixa, o que tende a diminuir a entrada de dólares no país e, consequentemente, valorizar a moeda americana frente ao real.

“Os juros estão chegando cada vez mais próximo de zero. Praticamente já não atrai mais investimentos em juros no país. Com o risco país, o juro nesse preço traria pouco investimento, mesmo com juros negativos em outros lugares do mundo”, disse Nagem.

O dólar também se valorizou frente às principais moedas emergentes, como peso mexicano, o rublo russo e a lira turca, tendo no radar o crescimento do número de casos de coronavírus nos Estados Unidos e os dados de mercado de trabalho americano. Por lá, os dados semanais de pedido de auxílio desemprego vieram acima das expectativas, gerando a percepção de que a recuperação econômica pode se dar de forma mais lenta.

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