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Dólar dispara e chega a R$ 5,46, maior cotação desde janeiro

A disparada do dólar reflete os temores dos mercados sobre uma possível recessão global

Dólar (Gary Cameron/Reuters)

Dólar (Gary Cameron/Reuters)

O dólar chegou em uma cotação máxima de R$ 5,46 na tarde desta quarta-feira, 6, maior alta desde o dia 21 de janeiro.

A disparada do dólar reflete os temores dos mercados sobre uma possível recessão global, que está levando muitos investidores a demandar a moeda americana, considerada um "porto seguro" em tempos de crise.

O dólar acabou fechando em alta de 1,3%, cotado em R$ 5,46.

A divulgação da ata do Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira também contribuiu para a alta da moeda norte-americana.

O banco central dos EUA sinalizou uma nova alta dos juros entre 0,50 e 0,75 ponto percentual, elevando as taxas entre 2% e 2,50%.

Uma política monetária restritiva que também incentivou um afluxo de recursos em direção dos Estados Unidos.

Dólar mais forte em nível mundial

A cotação do dólar mais elevada não se reflete apenas no câmbio com o real.

A moeda americana está ganhando força em geral contra as moedas do mundo inteiro.

Isso aparece claramente no Índice Dólar (DXY), que mostra o desempenho da divisa dos EUA em relação a outras seis moedas fortes.

O DXY está subindo mais de 0,52%, beirando os 108 pontos. O maior patamar desde 2022.

Ata do Fed contribuiu para valorização do dólar

No documento divulgado nesta quarta-feira, o Fed observou que a atividade econômica geral nos EUA parece ter se recuperado após a queda no primeiro trimestre.

Para o banco central dos EUA, os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa.

A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços.

As autoridades do Fed expressaram otimismo sobre o caminho de longo prazo da economia americana, embora tenham reduzido drasticamente as previsões do Produtor Interno Bruto (PIB) para 2022, que passou de uma expectativa de expansão de 2,8% para 1,7%.

Alguns relatos de desaceleração das vendas ao consumidor e empresas retendo investimentos devido ao aumento dos custos são sinais evidentes de uma redução do ritmo de atividade econômica.

Além disso, a invasão da Ucrânia pela Rússia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas.

"A invasão e os eventos relacionados estão criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e estão pesando sobre a atividade econômica global. Além disso, os bloqueios relacionados ao COVID na China provavelmente exacerbarão as interrupções na cadeia de suprimentos", aparece na ata.

Os mercados estão prevendo que o Fed possa cortar os juros somente a partir de 2023. E isso está contribuindo para a cotação do dólar.

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