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Dólar dispara acima de R$ 5 na maior série de altas desde 2021

A moeda americana está em backwardation, quando cotação à vista está mais elevada do que os índices futuros

Dólar em alta: moeda americana estava abaixo dos R$ 5 desde junho (Pixabay/Reprodução)

Dólar em alta: moeda americana estava abaixo dos R$ 5 desde junho (Pixabay/Reprodução)

Bloomberg
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Agência de notícias

Publicado em 27 de setembro de 2023 às 18h13.

Última atualização em 27 de setembro de 2023 às 18h14.

O real está prestes a sofrer a mais longa sequência de depreciação em mais de dois anos, em meio a preocupações com a economia da China e juros nos Estados Unidos, que diminuem o apetite por ativos mais arriscados e perigam apagar os ganhos das moedas de mercados emergentes este ano. Nesta quarta, o dólar comercial fechou com alta de 1,22% a R$ 5,047.

O fluxo cambial negativo foi tão forte nos últimos dias que empurrou o chamado casado de dólar — a diferença entre a cotação da moeda americana no mercado à vista e o contrato futuro mais curto — para território negativo.

Isso colocou a moeda americana em um padrão conhecido como backwardation, com cotação à vista mais elevada do que os futuros, embora o Brasil tenha taxas mais elevadas do que os EUA. É uma ocorrência rara que só acontece em tempos de exacerbada demanda física por dólar.

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A depreciação não se limita ao real. A expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) mantenha os juros altos por mais tempo e as dúvidas sobre as perspectivas econômicas da China impulsionaram a volatilidade global, levando operadores a desfazerem posições compradas em mercados emergentes.

Um indicador de ações dos países em desenvolvimento da MSCI apagou os ganhos de 2023 na semana passada, e um índice semelhante para moedas reduziu o seu avanço no ano para apenas 0,2%.

Dólar em disparada

A depreciação do real nas últimas sete sessões, de 3,3%, não é nem a maior entre as nações em desenvolvimento. O forint húngaro e o peso colombiano caíram pelo menos 3,7% cada, enquanto o peso mexicano está logo atrás, com queda de cerca de 2,9%.

“O fato de a economia da China não ter apresentado o desempenho esperado e de ainda vermos nervosismo de curto prazo na economia americana — como o risco de shutdown — levou os investidores globais a adotarem uma postura mais defensiva em relação às moedas latino-americanas como um todo ultimamente”, disse o estrategista Mauricio Une, do Rabobank.

No mercado de câmbio brasileiro, o dólar ultrapassou R$ 5 nesta quinta-feira. Isso abre caminho para um teste rápido da média móvel de 200 dias, antes de um nível de apoio ao dólar ainda mais significativo, perto de R$ 5,08.

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