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Dólar dispara a R$ 2,22 após Bernanke indicar menor estímulo

O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, sinalizar que pode reduzir o programa de estímulo da autoridade monetária norte-americana ainda neste ano


	A moeda norte-americana ganhou 1,94 % e foi a 2,2205 reais na venda, maior patamar no fechamento desde 27 de abril de 2009, quando ficou em 2,221 reais
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A moeda norte-americana ganhou 1,94 % e foi a 2,2205 reais na venda, maior patamar no fechamento desde 27 de abril de 2009, quando ficou em 2,221 reais (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 18h48.

São Paulo - O dólar disparou ante o real e fechou em alta pela quarta sessão consecutiva, indo ao patamar de 2,22 reais pela primeira vez em mais de quatro anos e sem atuação do Banco Central, após o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, sinalizar que pode reduzir o programa de estímulo da autoridade monetária norte-americana ainda neste ano.

A moeda norte-americana ganhou 1,94 % e foi a 2,2205 reais na venda, maior patamar no fechamento desde 27 de abril de 2009, quando ficou em 2,221 reais. Também foi a maior alta diária desde dezembro de 2011.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 3,9 bilhões de dólares. Nestes quatro últimos pregões, o dólar acumulou alta de 4,08 % sobre o real.

"Primeiro, o Fed trouxe projeções mais positivas e, depois, o Bernanke sinalizou que o Fed está se aproximando do momento de reduzir o estímulo", disse o estrategista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno. "Eu esperava que o Bernanke quisesse acalmar os ânimos do mercado sobre a redução das compras, mas ele indicou que o mercado está no caminho certo".

Em coletiva de imprensa após o Fed anunciar que manterá o ritmo de compra de bônus em 85 bilhões de dólares por mês, Bernanke afirmou que se as projeções econômicas se confirmarem, o banco central pode reduzir estímulo ainda neste ano e encerrá-lo no meio do próximo ano.

As declarações geraram turbulência nos mercados financeiros em todo o mundo e motivaram ampla valorização da moeda norte-americana, uma vez que a eventual redução das compras de bônus diminuirá a liquidez em todo o mundo.

O dólar ganhava quase 1 % frente a uma cesta de divisas e avançava mais de 2 % ante o peso mexicano. Já o euro perdia 0,75 % contra a divisa dos EUA.

O mercado já vinha se ajustando às expectativas de redução dos estímulos nos Estados Unidos há semanas, com altas seguidas do dólar ante o real e que trouxeram de volta as intervenções do BC, apesar de nesta quarta-feira, a autoridade monetária ter ficado de fora.

"Acho que o BC deve fazer alguma coisa esses dias, não deve ficar olhando a banda passar", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora Reginaldo Siaca.


Analistas destacavam que a autoridade monetária brasileira pode adotar intervenções mais vigorosas, como leilões de dólares à vista ou a termo, ou mesmo o governo adotar mais medidas, como a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos de até um ano.

O BC tem atuado neste momento por meio de leilões de swap cambial tradicional --equivalentes a venda de dólar no mercado futuro-- mas a ações não foram capazes de impedir que o dólar continuasse com sua tendência de alta. Só em maio, a divisa teve valorização de 7 % sobre o real.

Na véspera, o presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, havia reafirmado que a tendência do dólar no mundo era de apreciação, mas que o Brasil estava preparado para enfrentar "eventuais ventos contrários".

Atualizada às 18h46
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