Mercados

Dólar despenca 2,27% e volta a ficar abaixo de R$3,25

O movimento acompanhou o exterior, após a divulgação de que a inflação ao consumidor nos EUA avançou mais do que o esperado em janeiro

Dólar: "Hoje é um dia atípico, com baixo volume de negócios", afirmou operador (Ricardo Moraes/Reuters)

Dólar: "Hoje é um dia atípico, com baixo volume de negócios", afirmou operador (Ricardo Moraes/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 17h13.

São Paulo - O dólar fechou com queda de mais de 2 por cento, voltando a ficar abaixo do patamar de 3,25 reais nesta quarta-feira, acompanhando a cena externa e numa sessão marcada pelo baixo volume de negócios após a folga do Carnaval, que manteve os mercados brasileiros fechados por dois dias seguidos.

O dólar BRBY recuou 2,27 por cento, a 3,2274 reais na venda, maior perda diária desde 24 de janeiro (-2,44 por cento). Na semana passada, a moeda norte-americana subiu 2,73 por cento, ao patamar de 3,30 reais.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,2211 reais. O dólar futuro DOLc1 caía cerca de 2,26 por cento no final da tarde.

"Hoje é um dia atípico, com baixo volume de negócios", afirmou mais cedo o operador da corretora Advanced Alessandro Faganello, citando o cenário externo como o guia dos investidores locais.

Lá fora, o dólar recuava frente a uma cesta de moedas e outras divisas de países emergentes, como o peso chileno.

O movimento vinha após a divulgação de que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos avançou mais do que o esperado em janeiro, mas que as vendas no varejo na maior economia do mundo surpreenderam e caíram no mês passado.

Esse sinal de perda de força da economia norte-americana acabou se sobrepondo ao de inflação mais forte nesta sessão, depois dos fortes movimentos de aversão ao risco vistos recentemente nos mercados financeiros diante da preocupação de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os juros mais rapidamente do que o esperado, o que tende a afetar o fluxo de capitais globalmente.

Os juros futuros nos Estados Unidos, com isso, continuavam precificando cerca de 90 por cento de chances de o Fed elevar os juros em março, próximo encontro do banco central, e cerca de 20 por cento de que elevará a taxa quatro vezes neste ano. A própria autoridade monetária prevê três altas.

Juros mais altos nos EUA tendem a atrair recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.

Internamente, o mercado manteve sua atenção em torno dos esforços do governo do presidente Michel Temer para aprovar neste mês a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.

O Banco Central brasileiro não fará leilão de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, nesta sessão. Mas anunciou que continuará a rolagem dos contratos que vencem em março, no total de 6,154 bilhões de dólares, no dia seguinte, ofertando novamente até 9,5 mil swaps.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarEstados Unidos (EUA)Inflação

Mais de Mercados

Do dólar ao bitcoin: como o mercado reagiu a indicação de Trump para o Tesouro?

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%