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Dólar desaba mais 3% após Bolsonaro sair fortalecido de 1º turno eleitoral

Às 11:57, o dólar recuava 2,67 por cento, a 3,7541 reais na venda

Dólar: o bom desempenho de Bolsonaro animou os investidores (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: o bom desempenho de Bolsonaro animou os investidores (Gary Cameron/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 8 de outubro de 2018 às 09h22.

Última atualização em 8 de outubro de 2018 às 12h42.

São Paulo -  O dólar tinha forte queda e chegou a encostar em 3,70 reais nesta segunda-feira, com os investidores animados diante da votação expressiva de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno da eleição presidencial, já que enxergam nele um perfil mais reformista.

Às 11:57, o dólar recuava 2,67 por cento, a 3,7541 reais na venda, depois de ter batido na mínima da sessão 3,7094 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 2,2 por cento.

Na sexta-feira, a moeda terminou com recuo de 1 por cento, a 3,8570 reais, tendo encerrado a semana com queda acumulada de 4,46 por cento, o maior recuo semanal desde março de 2016.

"O desempenho de Bolsonaro no primeiro turno o mantém como favorito na disputa, seja pela votação recebida --muito próxima dos 50 por cento-- seja pelo quadro das disputas nos Estados ou ainda pela equiparação de armas na campanha de segundo turno", escreveu a corretora XP investimentos.

Com 99,99 por cento das seções eleitorais apuradas, Bolsonaro recebeu 46,03 por cento dos votos válidos enquanto o petista Fernando Haddad, que vai disputar com ele o segundo turno, ficou com 29,28 por cento do total.

Bolsonaro conseguiu transformar seu partido, o até então nanico PSL, em uma potência parlamentar, provocando uma mudança sísmica. O PSL deve ficar com 51 cadeiras na Câmara dos Deputados, de 513 assentos, de acordo com projeção da XP Investimentos, ficando atrás apenas do PT, de Haddad, que deve ter 57 vagas.

"Parte da animação do mercado advém na renovação do Congresso. Essa renovação, independentemente da sigla partidária, dá esperança ao povo", disse o diretor de operações da Mirae, Pablo Syper, para quem, no entanto, a volatilidade deve continuar alta até o desfecho das eleições, com as pesquisas ainda ditando o humor do mercado.

A preferência no mercado financeiro por Bolsonaro é apoiada no seu coordenador econômico, o economista liberal Paulo Guedes.Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta manhã, o candidato disse que a ideia é que ambos andem juntos.

O mercado doméstico, assim, operava na contramão do exterior, onde o dólar subia ante a cesta de moedas e ante as divisas de países emergentes.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 2,310 bilhões de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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