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Dólar continua em R$4,10 com cena eleitoral

Moeda americana recuou 0,45%, acumulando na semana a valorização de 4,85%, - o maior ganho semanal desde novembro de 2016

Dólar: A moeda terminou bem longe da mínima do pregão brasileiro, quando superou 1% de desvalorização (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: A moeda terminou bem longe da mínima do pregão brasileiro, quando superou 1% de desvalorização (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de agosto de 2018 às 17h20.

São Paulo - O dólar finalmente rompeu uma sequência de sete altas consecutivas e terminou a sexta-feira em queda, mas ainda no patamar de 4,10 reais, num movimento de correção favorecido pelo humor favorável no mercado externo mas que somente não foi maior pela cautela na seara eleitoral local.

O dólar recuou 0,45 por cento, a 4,1044 reais na venda, acumulando na semana valorização de 4,85 por cento, maior ganho semanal desde novembro de 2016. O dólar futuro recuava cerca de 0,25 por cento no final da tarde.

"Powell não trouxe nenhuma surpresa... frisou o gradualismo", afirmou o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado.

Ele referia-se ao discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, pelo qual afirmou que aumentos constantes da taxa de juros pelo banco central norte-americano são a melhor maneira de proteger a recuperação econômica dos Estados Unidos e manter o crescimento do mercado de trabalho o mais forte possível e a inflação sob controle.

Endossando a postura de política monetária do Fed poucos dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter criticado as altas de juros, Powell usou o simpósio anual de Jackson Hole para "explicar hoje porque meus colegas e eu acreditamos que esse processo gradual... continua apropriado".

Trump, em entrevista recente à Reuters, disse que não estava "animado" com Powell por causa dos aumentos de juros e que o Fed deveria ser mais expansionista e ajudar na atividade econômica.

O Fed já subiu os juros duas vezes neste ano e o mercado acredita que outras duas altas virão ainda, dentro do cenário de movimento gradual ressaltado pela própria autoridade monetária em meio à força que a maior economia vem mostrando e ações do governo para impulsioná-la ainda mais.

No exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e também caía ante divisas de países emergentes, entre elas o peso mexicano.

A moeda norte-americana, entretanto, terminou bem longe da mínima do pregão brasileiro, quando superou 1 por cento de desvalorização, a 4,0723 reais.

"A torcida do mercado continua pesando a favor do Alckmin. Isso quer dizer que ainda tem espaço para o dólar piorar", afirmou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, ao justificar que muitos investidores foram às compras durante a tarde para se proteger no final de semana.

Nos últimos sete pregões, o dólar havia acumulado elevação de 6,62 por cento e ido a 4,12 reais depois que pesquisas de intenção de votos mostrarem que o candidato preferido do mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), seguia sem ganhar tração e com avaliações de que o PT poderia ir para o segundo turno.

Nesta manhã, saiu nova rodada de pesquisa semanal da corretora XP Investimentos, mas mostrou poucas mudanças na preferência do eleitorado, com oscilações dentro da margem de erro e o candidato Jair Bolsonaro (PSL) mantendo a liderança na disputa em cenário sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no páreo.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 4,32 bilhões de dólares do total de 5,255 bilhões de dólares que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral. (Edição de Patrícia Duarte)

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