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Dólar cede 0,20% no dia e vai abaixo de R$3,20

Com isso, o dólar fechou outubro com baixa de 1,9%, sexto mês de 2016 em que a moeda norte-americana cedeu ante o real, acumulando retração de 19,2% no ano

Dólar: a expectativa de especialistas é de que o dólar mantenha a tendência de baixa ante o real neste resto de ano (Adek Berry/AFP)

Dólar: a expectativa de especialistas é de que o dólar mantenha a tendência de baixa ante o real neste resto de ano (Adek Berry/AFP)

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Reuters

Publicado em 31 de outubro de 2016 às 17h18.

São Paulo - O dólar fechou a segunda-feira em queda e voltou abaixo de 3,20 reais, influenciado pela briga entre comprados e vendidos para a formação da Ptax do mês, pela expectativa de ingresso de recursos com a regularização de ativos brasileiros no exterior e pelo movimento de ajuste.

O dólar recuou 0,20 por cento, a 3,1900 reais na venda, depois de marcar 3,1633 reais na mínima do dia. O dólar futuro cedia cerca de 0,80 por cento.

No pregão passado, o dólar havia subido 1,3 por cento, acima de 3,20 reais.

Com isso, o dólar fechou outubro com baixa de 1,90 por cento, sexto mês de 2016 em que a moeda norte-americana cedeu ante o real, acumulando retração de 19,20 por cento no ano.

A expectativa pelo ingresso de recursos neste último dia para regularização de ativos mantidos no exterior por brasileiros --o prazo termina esta noite-- ajudou a contribuir para o recuo das cotações, embora, no mercado, a avaliação fosse de que o grosso do volume já tinha sido contabilizado.

"Devemos ter hoje um movimento muito menor de repatriação. Vai ser a raspa do tacho", comentou pela manhã o diretor da Fourtrade Corretora, Luiz Carlos Baldan.

Segundo a Receita federal, mais de 45 bilhões de reais já haviam sido arrecadados em multas e impostos com o programa.

Passada a formação da Ptax de final de mês, taxa que baliza diversos contratos cambiais, no começo da tarde, a moeda diminuiu um pouco o ímpeto de baixa.

A expectativa de especialistas é de que o dólar mantenha a tendência de baixa ante o real neste resto de ano, influenciado, entre outros, pelo ajuste fiscal em curso e pelo diferencial de juros.

"Estamos conseguindo recuperar alguma credibilidade no exterior... Acho que a decisão do Fed já foi precificada", comentou o diretor da escola de investimentos L&S Educação e Investimentos, Alexandre Wolwacz. "Não acho difícil o dólar encontrar um fundo em novembro", complentou, acrescentando que a moeda norte-americana poderia ir abaixo de 3 reais.

O Federal Reserve, banco central norte-americano, divulga a decisão sobre juros na próxima quarta-feira, quando é feriado nacional no Brasil pelo Dia de Finados. A expectativa toda é de que o Fed não eleve os juros agora, mas sinalize os próximos passos. As apostas dos mercados são de que o movimento acontecerá em dezembro.

Juros mais altos na maior economia do mundo têm potencial para retirar recusos aplicados hoje em outras praças financeiras, como o Brasil. O país, no entanto, ainda tem uma das maiores taxas de juros do mundo, com a Selic a 14 por cento ao ano, ainda muito atrativa aos investidores estrangeiros.

O Banco Central realizou nesta tarde leilão de dólar com compromisso de recompra de até 3 bilhões de dólares para rolagem de contratos já existentes.

E como vem fazendo, o BC não realizou leilão de swaps reversos --equivalentes à compra futura de dólares-- no último pregão do mês.

Diante da forte entrada de recursos por conta da regularização, o BC havia anunciado que não anularia o estoque total em swap tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- que vencem nesta terça-feira. Deixou vencer o equivalente a 2,96 bilhões de dólares.

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