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Dólar cai sobre real após altas recentes

Investidores têm demonstrado preocupação com a possibilidade do Brasil perder seu grau de investimento


	Às 10:27, moeda americana era negociada a R$3,35
 (Ingram Publishing/ThinkStock)

Às 10:27, moeda americana era negociada a R$3,35 (Ingram Publishing/ThinkStock)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2015 às 11h37.

São Paulo - O dólar tinha leve queda frente ao real nesta terça-feira, acompanhando o recuo da moeda norte-americana em relação às principais moedas emergentes, em um movimento de ajuste após as fortes altas recentes.

Operadores continuavam esperando que a moeda dos Estados Unidos retome a trajetória de valorização, em meio a preocupações com a situação fiscal brasileira e à expectativa de alta dos juros norte-americanos.

Às 10:27, o dólar recuava 0,20 por cento, a 3,3572 reais na venda, após acumular alta de 6 por cento nas últimas quatro sessões.

"Depois de algumas altas intensas, é normal o mercado dar um respiro", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. "Mas não falta motivo para (o dólar) voltar a subir".

Investidores têm demonstrado preocupação com a possibilidade de o Brasil perder seu grau de investimento, após cortes nas metas fiscais do governo deste e dos próximos anos surpreenderem e decepcionarem os mercados financeiros.

Outro fator importante para os próximos passos do dólar é a reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que termina na quarta-feira. Sinalizações de que o Fed caminha para elevar os juros ainda neste ano podem servir de gatilho para a moeda norte-americana dar mais um salto, afirmaram operadores, uma vez que o aperto monetário pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no Brasil.

"A trajetória do dólar é de volatilidade no curto e no médio prazo", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa, para quem a moeda deve ultrapassar 3,40 reais no curto prazo.

A moeda dos EUA também perdia terreno contra moedas nesta sessão, como os pesos chileno e mexicano.

O atual momento do mercado de câmbio também fez investidores redobrarem a atenção sobre a intervenção do Banco Central, já que a valorização da moeda norte-americana tende a pressionar a inflação ao encarecer importados. O sinal mais imediato será o anúncio da rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, equivalentes a venda futura de dólares.

Nos últimos meses, o BC tem feito rolagens parciais e caminha para repor cerca de 60 por cento do lote de agosto, equivalente a 10,675 bilhões de dóalres. Operadores têm afirmado que, se mantiver essa proporção para o lote de setembro, o BC sinalizaria que está confortável com o avanço da moeda norte-americana.

Mais tarde, o BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto, com oferta de até 6 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares. 

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