São Paulo - O dólar comercial rompeu o "piso psicológico" e caiu abaixo da marca de R$ 1,75 hoje, atingindo o menor valor desde 11 de janeiro deste ano. No encerramento das negociações no mercado interbancário de câmbio, o dólar foi cotado a R$ 1,747, recuo de 0,57% no dia. Em abril, acumula baixa de 1,91% e desde o começo do ano, leve alta de 0,23%. A taxa mínima verificada hoje durante a sessão foi de R$ 1,742 e a máxima, de R$ 1,75. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista cedeu 0,62% e fechou o pregão a R$ 1,7486. O euro comercial caiu 0,17% para R$ 2,385.

A baixa do dólar se apoiou no otimismo generalizado no exterior, a partir de balanços favoráveis da Intel e do JPMorgan, assim como as vendas de varejo nos EUA e a perspectiva de fluxo positivo de recursos ao Brasil. Para um operador de câmbio, os preços das matérias-primas (commodities) em alta valorizaram a moeda brasileira. E a perspectiva de que a taxa Selic (juro básico da economia brasileira) suba no final de abril também ajudou a apreciar o real. Outro profissional citou que um fluxo de saída por parte de importadores ajudou, inclusive, a conter a queda. "Mas o mercado já opera com a perspectiva de novas entradas", completou.

As notícias sobre captações e emissões de ações continuam a abastecer o mercado com a perspectiva de entrada de recursos. Hoje, o Banco do Brasil anunciou emissão de ações que poderá movimentar R$ 8,8 bilhões. Já nas captações externas, a Globo Comunicações e Participações vendeu US$ 325 milhões em bônus perpétuos e o Bradesco planeja lançar US$ 250 milhões em bônus de três anos, segundo disse uma fonte à Agência Dow Jones.

No segmento de câmbio turismo, o dólar caiu 1,07% hoje para R$ 1,843 (venda) e R$ 1,697 (compra). O euro turismo recuou 0,95% para R$ 2,493 (venda) e R$ 2,214 (compra).