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Dólar cai quase 2% sobre o real com política local

O dólar fechou em queda com investidores recebendo bem a rejeição da chapa governista na eleição de comissão que analisará o impeachment


	Dólares: dólar recuou 1,92 por cento, a 3,7370 reais na venda
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Dólares: dólar recuou 1,92 por cento, a 3,7370 reais na venda (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 16h41.

São Paulo - O dólar fechou em queda quase 2 por cento sobre o real nesta quarta-feira, com investidores recebendo bem a rejeição da chapa governista na eleição dos membros da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

O bom humor permaneceu mesmo depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin suspender temporariamente a formação da comissão. Forte entrada de investidores estrangeiros no mercado, no início da tarde, ajudou a ampliar o movimento de queda.

O dólar recuou 1,92 por cento, a 3,7370 reais na venda, após atingir 3,7168 reais na mínima da sessão.

"O mercado está focando na leitura de que os acontecimentos de ontem são uma derrota para o governo, o que seria positivo para o mercado financeiro", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa. "Mas ainda é muito cedo, muito precoce fazer uma avaliação de médio prazo. A volatilidade vai ser alta".

Na véspera, o governo foi derrotado no primeiro teste envolvendo a abertura do processo de impeachment contra Dilma, com a rejeição da chapa governista na eleição para os membros da comissão especial que analisará o assunto na Câmara.

O governo sofreu ainda mais um golpe nesta sessão, com a mudança na liderança da bancada do PMDB na Câmara, antes alinhada ao Executivo.

Mesmo a suspensão da formação da comissão pelo STF não foi o suficiente para evitar a queda do dólar, pois a maioria dos operadores acreditava que o processo de impeachment deve ser retomado normalmente em seguida.

"O país vai ficar parado por uma semana e isso é ruim. Mas, ao que tudo indica, é só um atraso", disse o operador de uma corretora nacional, referindo-se ao fato de Fachin ter determinado a suspensão da medida da Câmara até decisão do plenário do STF, prevista para 16 de dezembro.

O mercado tem reagido de forma positiva a notícias que fortalecem as chances de impeachment, apostando que mudanças no Palácio do Planalto poderiam ajudar a recuperação econômica.

No entanto, muitos operadores ressaltam que a instabilidade política pode paralisar o ajuste fiscal e até provocar a perda do selo de bom pagador do país por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's.

A queda do dólar ganhou força na hora do almoço, reagindo a fluxos de entrada de investidores estrangeiros que se estenderam ao longo da tarde. As operações dão continuidade à tendência recente do fluxo cambial, após o Brasil registrar em novembro entrada líquida de 3,895 bilhões de dólares, melhor resultado mensal desde agosto.

Pela manhã, o BC também deu sequência à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 3,828 bilhões de dólares, ou cerca de 36 por cento do lote total, que corresponde a 10,694 bilhões de dólares.

Texto atualizado às 17h41
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