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Dólar cai mais de 1% e se aproxima de R$3,20

Com o novo recuo, a moeda norte-americana se aproximou do patamar de 3,20 reais, alcançado pela última vez em 9 de novembro passado

Dólar: "A situação política interna deu uma acalmada em janeiro, sem novas delações. E o cenário internacional parece de mais otimismo"

Dólar: "A situação política interna deu uma acalmada em janeiro, sem novas delações. E o cenário internacional parece de mais otimismo"

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Reuters

Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 17h34.

São Paulo - O dólar caiu mais de 1 por cento nesta quarta-feira, rumo à casa de 3,20 reais, mantendo o movimento visto no pregão passado com os investidores esperando pela ata da última reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, e reagindo aos indicadores mais positivos da economia global.

O dólar fechou em queda de 1,35 por cento, a 3,2183 reais na venda, depois de ter caído 0,59 por cento na véspera. O dólar futuro tinha queda de cerca de 1,35 por cento no final desta tarde.

Com o novo recuo, a moeda norte-americana se aproximou do patamar de 3,20 reais, alcançado pela última vez em 9 de novembro passado, quando foi divulgado que Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos.

"A situação política interna deu uma acalmada em janeiro, sem novas delações. E o cenário internacional parece de mais otimismo", afirmou o presidente da Canepa Asset, Alexandre Póvoa.

"O mercado voltou neste início de ano com mais apetite para o risco."

No cenário internacional, o dólar também caía ante uma cesta de moedas, recuando da máxima de 14 anos.

Nos últimos dias, uma série de indicadores positivos mostrou que a economia global estava com desempenho melhor do que o esperado.

Mais cedo, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) apontou que atividade empresarial na zona do euro encerrou 2016 no ritmo mais rápido em cinco anos e meio.

Na véspera, o PMI também mostrou que a atividade industrial da China avançou mais do que o esperado em dezembro, com a produção alcançando a máxima em quase seis anos.

"Por enquanto está prevalecendo um cenário mais tranquilo, o que pode ser perigoso porque há muita incerteza com a posse de Donald Trump nos Estados Unidos", afirmou o economista da consultoria Tendências, Silvio Campos Neto.

Os investidores também esperaram a ata da última reunião do Fed, em que elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual e sinalizou ritmo mais rápido de altas em 2017.

O documento foi divulgado às 17:00 (horário de Brasília), junto com o fechamento do mercado cambial brasileiro.

O mercado busca mais sinalizações de como o banco central dos EUA deve se comportar no governo Trump, que assume a Presidência do país no próximo dia 20.

O republicano prometeu aumentar gastos, o que pode obrigar o Fed a ser mais duro na política monetária.

Juros mais altos no mercado norte-americano podem significar saída de capital de mercados emergentes, como o brasileiro.

Pela ata divulgada, os integrantes do Fed concordaram que a política econômica de Trump pode acelerar a inflação e viam aumentos mais rápidos da taxa de juros.

O Banco Central brasileiro novamente não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio para esta sessão, permanecendo de fora desde o dia 13 de dezembro.

Acompanhe tudo sobre:DólarFed – Federal Reserve System

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