Mercados

Dólar cai mais de 1% com nomeação para presidência do BC

O dólar recuou 1,12 por cento, a 3,7399 reais na venda

Dólar: na mínima da sessão, a moeda chegou a 3,7307 reais (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Dólar: na mínima da sessão, a moeda chegou a 3,7307 reais (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 16 de novembro de 2018 às 17h19.

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar encerrou em queda de mais de 1 por cento por cento ante o real nesta sexta-feira com o mercado recebendo bem a definição sobre o comando do Banco Central no governo de Jair Bolsonaro, com Roberto Campos Neto à frente da autoridade monetária, e após integrantes do Federal Reserve darem sinais sobre trajetória futura de juros dos Estados Unidos em entrevistas.

O dólar recuou 1,12 por cento, a 3,7399 reais na venda. Na semana, subiu 0,1 por cento. Na mínima da sessão a moeda chegou a 3,7307 reais e na máxima foi a 3,7837 reais.

O dólar futuro caía cerca de 1,20 por cento.

Além do anúncio de Campos Neto, ajudou no bom humor do mercado de câmbio nesta sessão entre feriado e fim de semana o anúncio de que Mansueto Almeida permanecerá no cargo de Secretário do Tesouro Nacional.

"Há bom humor em função da confirmação do Mansueto no Tesouro e a escolha do Roberto Campos Neto para presidência do BC", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

"Ele (Roberto Campos Neto) é tido como um economista na linha do avô dele, extremamente liberal, identificado com as tesourarias do mercado financeiro e certamente é um nome que dará sequência a toda a política do BC implementada pelo Ilan (Goldfajn), até então preferido pelo mercado", completou.

Nesta sexta-feira o BC informou que o diretor de Política Econômica, Carlos Viana, acertou que permanecerá no cargo por "tempo considerável".

Nos Estados Unidos, o vice-chair do Federal Reserve, Richard Clarida, declarou que a taxa de juros norte-americana está perto das estimativas do banco central de uma taxa neutra e que o neutro "faz sentido", influenciado na cotação do dólar ante uma cesta das principais moedas.

"Dados dos EUA estão mostrando para o Fed que estão com menos ímpeto de alta de juros", afirmou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer.

O Fed já elevou os juros três vezes neste ano e há ampla expectativa de uma nova alta em dezembro.

Declarações de Clarida e do presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, levaram o dólar a cair a uma mínima de uma semana contra uma cesta de moedas.

Além disso, permaneceu a cautela em relação ao Brexit, depois que a premiê britânica, Theresa May, anunciou que se mantém firme à retirada do Reino Unido da União Europeia em março, mesmo após renúncia de importantes ministros.

Parlamentares planejam submeter May a uma moção de censura na próxima semana caso consigam as cartas necessárias, o que ameaçaria seu governo e colocaria a aprovação do seu plano de Brexit em xeque.

A libra fechou em alta ante o dólar, que caiu 0,55 por cento contra uma cesta das principais moedas.

O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 6,8 bilhões dedólares do total de 12,217 bilhões de dólares que vence em dezembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDólarDólar comercialRoberto Campos Neto

Mais de Mercados

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa opera em queda e dólar sobe após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off