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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
São Paulo - O mercado doméstico de câmbio operou nesta quinta-feira de forma descolada do mercado internacional, principalmente por um movimento que os operadores consideraram de alocação de recursos de estrangeiros para a Bolsa. O dólar comercial fechou a R$ 1,822, com queda de 0,22%, depois de oscilar entre a máxima de R$ 1,838 e a mínima de R$ 1,82. Foi o segundo dia consecutivo de queda, com recuo acumulado de 2,20%. O euro comercial caiu 0,56% para R$ 2,476.
"O movimento é em parte técnico e, em parte, de alocação de estrangeiros", citou um operador. Segundo ele, ainda é cedo para saber se envolve um fluxo duradouro ou não, "mas a aparência é boa", o que levou à valorização da moeda brasileira.
Segundo Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora, por aqui o otimismo está um pouco maior que em outros mercados por conta das recentes análises mostrando perspectiva de aumento dos investimentos no País. Artigo assinado por Liam Denning no The Wall Street Journal citando declaração do administrador de fundo americano Mark Mobius, defendeu a tese de que o Brasil hoje seria uma alternativa melhor até mesmo do que a China (que deve superar o Japão em 2010 como a segunda maior economia do mundo). Nos últimos dias, outros nomes das finanças internacionais também manifestaram otimismo com o Brasil, como Jim O'Neill, do Goldman Sachs, criador do acrônimo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), e Mohamed El-Erian, da norte-americana Pimco.
"Essas avaliações fazem com que o câmbio brasileiro fique um pouco mais otimista em relação ao euro", salientou a economista. Ainda vulnerável aos problemas fiscais de algumas nações do bloco, o euro ficou parte do dia abaixo dos US$ 1,36 hoje e perto das 16h40 era negociado a US$ 1,3613, alta de 0,32% O dólar subia ante a divisa japonesa, a 91,28 ienes, alta de 0,36%.
No mercado local, o Banco Central continuou reduzindo o volume de moeda que compra no mercado à vista. A compra de dólares realizada diariamente pela autoridade monetária elevou as reservas internacionais em US$ 257 milhões nas duas primeiras semanas de fevereiro, segundo números divulgados hoje. Na média, o BC tem adquirido US$ 25,7 milhões em cada dia deste mês. O valor é bastante inferior à média observada em janeiro, quando o BC retirou, na média, US$ 89,9 milhões em cada dia do mercado de câmbio. Desde que passou a comprar diariamente dólares no segmento à vista em maio do ano passado, o BC já adquiriu US$ 29,443 bilhões. O leilão diário de compra hoje foi realizado pelo BC ainda na parte da manhã, no qual a taxa de corte das propostas foi de R$ 1,8319.
No segmento de câmbio turismo, o dólar caiu 1,54% para R$ 1,92, em média, na ponta de venda; para compra, foi cotado a R$ 1,777. O euro turismo cedeu 1,88% e fechou cotado em média a R$ 2,613 (venda) e R$ 2,348 (compra).