Dólar: nesta terça-feira, a moeda americana fechou com avanço de 0,39%, a 3,7711 reais (halduns/Getty Images)
Reuters
Publicado em 17 de julho de 2019 às 09h13.
Última atualização em 17 de julho de 2019 às 10h46.
São Paulo — O dólar caía ante o real nesta quarta-feira, ainda em meio ao otimismo ligado à reforma da Previdência e ao ambiente político, e operava descolado do exterior, onde há cautela renovada ligada à disputa comercial entre Estados Unidos e China.
Às 10:20, o dólar recuava 0,33%, a 3,7588 reais na venda.
Na terça-feira, o dólar encerrou com avanço de 0,39%, a 3,7711 reais, segunda alta consecutiva.
Neste pregão, o dólar futuro caía cerca de 0,3%.
O real ainda é beneficiado pela votação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara na semana passada, mais notadamente pela economia prevista no texto.
"Apesar do timing de votação do segundo turno da Câmara ter decepcionado, o resultado da primeira votação e a proposta que foi votada mais do que compensaram", avaliou o Credit Suisse em nota a clientes, acrescentando que ainda enxerga potencial de valorização para o real.
Com a reforma da Previdência em pausa por ora, investidores passam a buscar informações sobre outras matérias econômicas tocadas pelo governo e sobre o pós-Previdência, já que a aprovação nas duas Casas do Congresso é tida como certa.
É o otimismo ligado à reforma previdenciária e ao ambiente favorável às pautas econômicas que permite que o real se valorize frente ao dólar, operando descolado de seus pares.
"Se for se basear só no mercado externo, era para ele (real) estar acompanhando as outras moedas. Mas há esse otimismo em relação aos investimentos externos (após Previdência)", disse o diretor de câmbio do banco Ourominas, Mauriciano Cavalcante.
As expectativas com relação ao corte de juros do Federal Reserve no fim do mês também seguem no radar de investidores.
Declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, corroboraram a percepção de que o banco central dos EUA cortará juros no fim do mês, mas uma série de dados econômicos fortes dos EUA nesta semana levantou dúvidas sobre quão agressiva será a redução da taxa.
A percepção de que o banco central norte-americano será mais contido no corte dos juros levou a uma valorização do dólar nos últimos dias, permitindo que a divisa buscasse o nível de 3,77 reais.
Neste pregão, na contramão do real, moedas emergentes perdiam frente ao dólar em razão das novas preocupações sobre a disputa comercial entre EUA e China.
Na véspera, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os EUA ainda têm um longo caminho para concluir o acordo comercial com a China, e que pode impor tarifas sobre outros 325 bilhões de dólares em produtos chineses se for necessário.