Dólar: moeda norte-americana operava na contramão do exterior nesta sessão, com reflexos das medidas contra imigração de Trump (Ricardo Moraes/Reuters/Reuters)
Reuters
Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 11h24.
São Paulo - O dólar operava em baixa nesta segunda-feira, indo à casa de 3,13 reais, ainda com investidores acreditando que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode não elevar os juros mais do que esperado e também diante da briga pela formação da Ptax do mês.
A moeda norte-americana operava na contramão do exterior nesta sessão, onde subia diante da cautela após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de restringir a entrada de pessoas de países de maioria muçulmana.
Às 11:08, o dólar recuava 0,51 por cento, a 3,1358 reais na venda, depois de ter fechado no pregão passado a 3,1520 reais, no menor patamar desde 26 de outubro.
O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,3 por cento.
"Nos dois últimos dias do mês, a volatilidade aumenta com a formação da Ptax, mas o mercado ainda está sob efeito do crescimento menor que o esperado do PIB americano, que abre o questionamento se há espaço para três altas de juros neste ano nos EUA", destacou o operador de câmbio da Advanced Corretora Alessandro Faganello.
A Ptax é uma taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais.
A economia norte-americana avançou menos do que o previsto no quarto trimestre de 2016, o que deve reduzir a pressão inflacionária e também as apostas de que o Fed possa elevar os juros ainda mais. Taxas mais elevadas podem atrair à maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças, como a brasileira.
O Fed define nesta quarta-feira nova taxa de juros e a expectativas são de que ela não será alterada, mantendo a faixa de 0,50 a 0,75 por cento.
Profissionais comentavam ainda que a expectativa de fluxo de ingresso de recursos favorecia o recuo do dólar frente ao real neste pregão.
No exterior, o dólar subia sobre uma cesta de moedas, com investidores preocupados com as implicações das restrições de imigração nos Estados Unidos que colocou os holofotes de volta sobre os riscos da postura protecionista do presidente Trump.
O BC realiza nesta sessão leilão de até 14 mil swaps tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Se vender todo o lote, rola os contratos que vencem em fevereiro.