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Dólar cai com percepção de que greve não afeta reformas

Na semana, a moeda norte-americana acumulou elevação de 0,55% e, em abril, terminou com valorização de 1,4%, maior desde novembro

Dólar: "As manifestações não alcançaram a proporção para assustar os políticos", disse um diretor de operações (Getty Images/Getty Images)

Dólar: "As manifestações não alcançaram a proporção para assustar os políticos", disse um diretor de operações (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 28 de abril de 2017 às 17h23.

São Paulo - O dólar fechou em baixa ante o real nesta sexta-feira, interrompendo três sessões seguidas de alta, com os investidores mais aliviados diante de avaliações de que a greve geral e as manifestações que aconteceram durante o dia não foram fortes o suficiente para atrapalhar o andamento da reforma da Previdência.

O dólar recuou 0,22 por cento, a 3,1749 reais na venda, depois de acumular alta de 1,77 por cento nos três pregões anteriores.

Na semana, a moeda norte-americana acumulou elevação de 0,55 por cento e, em abril, terminou com valorização de 1,40 por cento, segundo mês consecutivo de alta e o maior ganho mensal desde novembro passado (+6,18 por cento).

O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,50 por cento no final da tarde.

"As manifestações não alcançaram a proporção para assustar os políticos", afirmou o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.

Manifestantes bloquearam importantes vias de diversas cidades do país e trabalhadores de diferentes categorias decidiram aderir à greve geral convocada por movimentos sindicais em protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista, consideradas prioritárias pelo governo do presidente Michel Temer.

Especialistas consultados pela Reuters avaliaram que o movimento não deve prejudicar a agenda de reformas do governo e a aprovação dos textos continuava sendo o cenário base.

Na máxima do dia, o dólar chegou a subir mais de 1 por cento, indo a 3,2150 reais pela manhã, com a briga pela formação da Ptax no mês, taxa do Banco central que serve de referência para diversos contratos cambiais.

Após isso, o movimento de alta perdeu força, ajudado também pela percepção um pouco mais positiva do cenário político à tarde.

O feriado prolongado, devido ao do Dia do Trabalho na segunda-feira e que manterá os mercados fechados, também alimentou a cautela do mercado nesta sessão.

Profissionais avaliaram que, até que haja um desfecho para a reforma da Previdência, o dólar pode trabalhar com maior volatilidade e que o Banco Central deve novamente rolar integralmente o vencimento de swap cambial de junho, repetindo o que fez com o de maio.

Segundo o BC, vencem em junho 4,435 bilhões de dólares em swaps, equivalentes à venda futura de dólares. Por enquanto, a autoridade monetária não anunciou qualquer intervenção.

O BC também não realizou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra como costuma fazer nos finais de mês. Em março, vendeu apenas 550 milhões de dólares da oferta de até 2 bilhões de dólares.

"Visto que o dólar tem subido, talvez não tenha tido apetite de investidores para a rolagem do leilão de linha", afirmou o profissional de uma corretora nacional.

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