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Dólar cai após reforma ministerial e cortes de gastos

A notícia de que seriam extintos oito ministérios - e não mais dez, como anunciado anteriormente - trouxe um pouco de pressão de alta para a moeda


	Pessoa conta notas de dólar: a mudança de ministros, acompanhada pelo anúncio de cortes de pastas, secretarias e salários, foi bem recebida pelos investidores
 (Gary Cameron/Reuters)

Pessoa conta notas de dólar: a mudança de ministros, acompanhada pelo anúncio de cortes de pastas, secretarias e salários, foi bem recebida pelos investidores (Gary Cameron/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2015 às 17h21.

São Paulo - A reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma Rousseff abriu espaço nesta sexta-feira, 2, para a queda firme do dólar.

A mudança de ministros, acompanhada pelo anúncio de cortes de pastas, secretarias e salários, foi bem recebida pelos investidores, que também reagiam desde cedo aos números do payroll americano.

O resultado foi a queda de 1,18% do dólar à vista de balcão, aos R$ 3,9430. Na semana, a moeda acumulou baixa de 0,66%.

No início do dia, o dólar chegou a subir em alguns momentos, tendo atingido a máxima de R$ 4,0420 (+1,30%) às 10h40.

O viés positivo era resultado da expectativa em torno do anúncio da reforma ministerial.

A notícia de que seriam extintos oito ministérios - e não mais dez, como anunciado anteriormente - trouxe um pouco de pressão de alta para o dólar.

Na outra ponta, os dados de hoje do relatório de empregos nos EUA fizeram a moeda perder força. Isso porque os números foram piores que o esperado, reduzindo as chances de alta de juros nos EUA no fim de outubro.

A economia americana criou 142 mil vagas de emprego em setembro, ante a previsão de 200 mil. A criação de vagas em agosto foi revisada de 173 mil para 136 mil, enquanto a de julho passou de 245 mil para 223 mil.

Com o anúncio dos detalhes da reforma promovida por Dilma - uma espécie de "pacote político" para recuperar o apoio da base e a confiança dos agentes econômicos -, o dólar acabou virando para o negativo e se firmando em baixa à tarde.

Dilma cortou oito ministérios, acabou com 30 secretarias das pastas remanescentes, fechou 3 mil cargos na máquina pública e reduziu em 10% os salários dos ministros.

Dilma também passará a ganhar 10% menos. Entre os ministérios remanescentes, sete foram para as mãos do PMDB. E Aloizio Mercadante foi deslocado da Casa Civil - onde tinha influência na política econômica - para a Educação.

As mudanças, na visão do mercado financeiro, podem ajudar a recuperar a governabilidade. E com o aumento do cerco em torno do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com os indícios de que ele possui recursos na Suíça, os investidores também enxergaram vantagens políticas para a presidente.

Cunha, aliás, não se pronunciou diretamente sobre a acusação de que ele e familiares teriam contas na Suíça.

Em meio a estas avaliações, o dólar marcou a mínima de R$ 3,9410 (-1,22%) às 16h06. Da máxima para esta mínima, oscilou -2,50%, o que demonstra que a volatilidade foi consistente.

No fim, terminou em R$ 3,9430, perto da mínima do dia. No mercado futuro, que encerra apenas às 18 horas, o dólar para novembro cedia no fim da tarde 1,58%, a R$ 3,9835.

Vale lembrar que hoje foi o primeiro dia de funcionamento do mercado de câmbio no novo horário, a partir de 7 horas - e não mais 9 horas.

Mas a mudança, anunciada ontem pelo Banco Central, não gerou negócios no mercado à vista, já que o segmento futuro começa as operações apenas às 9 horas.

Profissionais de bancos esperaram os dois segmentos estarem abertos para começar a oferecer cotações.

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