Mercados

Dólar cai após abertura, mas inflação local pressiona

Nesta quarta-feira a FGV anunciou uma alta de 1,03% da inflação medida pelo IPC-S na 3ª quadrissemana de janeiro (ante +0,89% na anterior)

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 09h24.

São Paulo - O dólar no mercado à vista de balcão abriu, nesta quarta-feira, a R$ 2,0440 (estável) e, em seguida caiu para uma mínima, a R$ 2,0420 (-0,10%). Às 9h37, o dólar spot virou e subiu a R$ 2,0450 (+0,05%) - na máxima.

No mercado futuro, o dólar para fevereiro de 2013 também começou a sessão "de lado", a R$ 2,0460 e, posteriormente, atingiu uma mínima de R$ 2,0440 (-0,10%). A máxima desse vencimento, até agora, é de R$ 2,0475 (+0,07%).

Os agentes financeiros começam o dia sob a expectativa de votação, nesta quarta-feira, do projeto de lei sobre o teto da dívida pela Câmara dos Representantes dos EUA.

Ontem, essa sinalização feita pela Casa Branca já amparou a desaceleração do dólar no fim da sessão, após a moeda ultrapassar o patamar de R$ 2,05 no começo da tarde no mercado interno.

Como a inflação segue pressionada no Brasil, o mercado não conta com muito espaço para uma valorização significativa do dólar.

O receio é de que uma subida expressiva da moeda ante o real possa prejudicar o cumprimento do teto da meta de inflação (de 4,5% com dois pontos de variação para cima ou para baixo). Ainda assim, o mercado já reforçou as compras e a moeda ganha sustentação de alta.

Nesta quarta-feira a FGV anunciou uma alta de 1,03% da inflação medida pelo IPC-S na 3ª quadrissemana de janeiro (ante +0,89% na anterior) e o IBGE divulgou que o IPCA-15 de janeiro ficou em 0,88%, ante 0,69% em dezembro.

O resultado superou o teto do intervalo das estimativas do mercado (0,71% a 0,86% respectivamente).


Outros fatores internos, como o feriado nesta sexta-feira na cidade de São Paulo e a proximidade do fim do mês, podem ainda manter a demanda pela moeda aquecida. Por enquanto, o Banco Central apenas observa a volatilidade do mercado de câmbio.

Ontem, após ter testado pontualmente o patamar de R$ 2,05 no começo da tarde, o dólar desacelerou a alta no Brasil, já reagindo à sinalização da Casa Branca de que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai aprovar o projeto para estender o teto da dívida dos EUA no curto prazo, caso ele seja aprovado no Congresso. A expectativa é de que a Câmara dos Representantes vote hoje o projeto de lei sobre o teto da dívida pública.

O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, também disse que a proposta de orçamento da Câmara dos Representantes irá equilibrar o Orçamento dos Estados Unidos para os próximos dez anos. "É hora de nós chegamos a um plano que irá equilibrar de fato o Orçamento ao longo dos próximos dez anos", afirmou Boehner.

"Este é o nosso compromisso com o povo americano." A previsão é de que, para equilibrar o Orçamento em um período de tempo bem mais curto, os cortes nos gastos federais teriam de ser significativamente maiores do que os feitos anteriormente.

A meta da China de manter um aumento de 10% na produção industrial do país em 2013 ajuda a fortalecer levemente as moedas de países exportadores de commodities diante do dólar nesta manhã. O acréscimo de 10% na produção, registrado em 2012, ocorreu em um ritmo mais lento do que a expansão de 13,9% em 2011, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatísticas, refletindo uma desaceleração da economia doméstica.


No Japão, após anunciar ontem um pacote de medidas de estímulo monetário e a adoção de uma meta de inflação de 2%, o governo e o Banco Central japonês (BoJ, na sigla em inglês) elevaram suas avaliações sobre a economia.

O argumento é que o consumo se manteve forte e os investimentos em obras públicas aumentaram. "A economia do Japão continua relativamente fraca", disse o BoJ em seu relatório mensal de janeiro. No relatório de dezembro, o BoJ afirmou que a economia havia se enfraquecido ainda mais.

Já na Índia, o Banco da Reserva (RBI, na sigla em inglês) reverteu uma regra instituída em maio que exigia que os exportadores sacassem, completamente, suas reservas de moedas estrangeiras antes de comprar novas divisas.

O banco alegou problemas operacionais em um comunicado divulgado em seu Site. Em maio do ano passado, o RBI havia estabelecido que as empresas poderiam manter apenas 50% de seus ganhos totais com câmbio em suas contas "Exchange Earners' Foreign Currency Accounts" e que teriam de converter o resto em rupias.

Em Nova York, às 9h43, o euro estava em US$ 1,3338, de US$ 1,3322 no fim da tarde de ontem. O dólar caía a 88,39 ienes, de 88,70 ienes na véspera. A moeda norte-americana também recuava ligeiramente em relação ao dólar canadense (-0,13%), a rupia indiana (-0,31%) e o dólar neozelandês (-0,21%).

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria